segunda-feira, 18 de maio de 2009

De El Salvador a Nicarágua, mais boas ondas... Por Mané








Tentando correr atrás do leite derramado, vou contar um pouco do que aconteceu depois que saímos de El Salvador e seguimos até a Nicarágua.
Ainda na Marina Barrillas entramos em um embate, eu e o Cameron, que divertiu bastante a Rafinha. Ele queria apenas cruzar o golfo que fica entre El Salvador, Honduras e Nicarágua, e colocar o barco em uma marina no norte da Nicarágua para surfar uma onda que fica logo em frente à Marina e eu queria ir para o sul, surfar a região de San Juan del Sur. Ele tinha como argumento um email que ele recebeu da sua amiga Liz Clark, do veleiro Swell (confira os relatos desta brava velejadora em www.wetsand.com na coluna do Swell), que fez toda a costa da Centroamérica atrás de bons surfspots e lhe garantiu que o melhor lugar para surfar na Nica era bem em frenta à Marina Puesta del Sol, no norte e eu tinha como argumento os boletins fornecidos pelo Raxide, meu vizinho de porta que tem algumas temporadas na Nica, sempre surfando no sul. Cada um argumentava e contrargumentava como podia, a Rafinha só ria, a decisão veio pela internet. A previsão dizia que o swell entraria no sul da Nicarágua e o site da Marina Puesta del Sol dizia que a diária era de 60 dólares.
A velejada entre Barrillas e San Juan del Sur (cerca de 220 milhas náuticas em dois dias) foi bem tranquila, e fomos muito bem recebidos pelos oficiais da Capitania dos Portos e pelo pessoal da Imigração. No dia da chegada aproveitamos para curtir a Praia de San Juan del Sur, a Rafinha tomando um banho de sol e eu e o Cameron fazendo um campeonato de Jacaré.
Na minha saideira, ao caminhar na beira pisei em cima de uma Arraia, que não pensou duas vezes e me acertou o ferrão. Era uma StingRay, comum por aqui, latejou bastante o calcanhar mas não foi nada mais sério. Minha primeira ferroada de Arraia.
Só para manter o astral em alta atacamos uma sessão de Lagostas na janta, primeira vez que a Rafinha provou esta iguaria.
No dia seguinte velejamos 12 MN para norte, para a Praia de Manzanillo, aonde encontramos uma esquerda cinemátográfica quebrando bem próxima às pedras, longa, perfeita, com um metrão servido na série, já com 9 pessoas surfando.
A rafinha ficou no barco, ancorado no meio da praia e eu e o Cameron fomos remando nas nossas pranchas até o pico, aonde surfamos excelentes ondas por quase 3 horas.
Nossa alegria foi quando o crownd fo embora em duas pangas alugadas e ficamos por uns 40 minutos desfrutando daquela maravilha com exclusividade.
Depois, seguimos mais 4 milhas ao norte, ancoramos após a Punta Pié de Gigante para uma noite de descanso merecido, já sabendo que ali do ladinho, a menos de 1 km ficavam mais duas ondas, Colorado e Panga Drops.
Na manhã seguinte nem pensamos duas vezes, fomos bem cedo de dingue conferir o surf enquanto a Rafinha ainda dormia. Fomos primeiro para PangaDrops, aonde parecia estar bem maior. Esta onda quebra em uma laje, a quase 1 km da praia, uma onda de pico abrindo para os dois lados. Na verdade é um grande drop e uma onda bem cheia depois, o Cameron me mandou ir provar o Juice. Nem pensei, entrei e rapidinho encontrei uma esquerda bem servida que proporcionou um belo drop, depois como era esperado engordou e deu até para fazer uma graça para o Cameron que estava no canal com o Dingue. Peguei mais uma no inside que fechou em umas pedras perdidas próximo a praia, depois voltei para o dingue para o Cameron também testar a onda. Ele entrou, boiou por uns 10 minutos e saiu indignado, dizendo que era onda para longboard. Dali tocamos para Colorado, que é um beach break de primeira qualidade.
Realmente a qualidade desta onda é fantástica, lembrando muito os tubos de Puerto Escondido em perfeição, mas bem mais leve e tranquilo de surfar.
Durante umas duas horas surfamos ondas com um metro com séries maiores, com tubos excelentes, água verde e vento terral.
Os dois saímos amarradões com mais uma sessão de Surf perfeita, voltamos para o veleiro e seguimos de volta a San Juan del Sur.
Chegamos no fim de tarde e fomos curtir mais um fim de tarde maravilhoso, fazer mais uns contatos pela internet e acabamos ficando até mais tarde do que deveríamos, quando voltamos para o molhe descobrimos qe o serviço de Panga (barco estilo táxi) não funcionava depois das 6 da tarde e tivemos uma boa aventura para voltarmos para o barco, quase tendo que dormir no armazém de entreposto de peixe local.
Dormimos felizes por estamos a bordo e ma manhã seguinte, domingo, data limite para nosso zarpe, seguimos para a Costa Rica, 40 milhas náuticas ao sul.
A Nicarágua realmente vale a pena como destino turístico e surfístico.

Abraços a todos.

Manuel

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