sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Video de Sint Maarten a Dominica

Ai esta o primeiro video das nossas primeiras velejadas no Brava.
Em breve coloco o texto sobre o que tem acontecido.
Esperamos que gostem.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Finalmente velejamos

Finalmente conseguimos sair de Saint Maarten.
Fizemos uma travessia de pouco mais de 26 horas com pouco vento e corrente conbtra ate Antigua, chagendo aqui na sexta feira, fim do dia. Estamos comprando algumas pecas de reposicao e aproveitando para conhecer um pouco a Ilha e esperar para a chegada de algum vento que nos ajude a seguir rumo Sul.
Devemos zarpar amanha cedinho para Martinique...
Aguardem as fotos e mais detalhes nos proximos Posts.
Abraco a todos

Mane e Rafa

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Mais uma passo de uma longa caminhada

Já estivemos bem mais longe, é verdade. As etapas mais complicadas da reforma de nosso veleiro levaram mais de três mêses, e agora falta pouco comparado a tudo o que já foi feito. Vencemos uma etapa importante: o registro da embarcação, sem ela não podíamos ir a lugar nenhum, agora o Brava tem "placa", placa Holandesa, ou melhor, bandeira Holandesa, já que o registro foi feito em Saint Maarten e Saint Maarten pertence à Holanda.
A bandeira da Holanda que vai na popa do veleiro indica que a embaracação está em território Holandês, e a bandeira do Brasil que vai no mastro, indica a nacionalidade da tripulação.
Ter barco não é tão fácil quanto parece, por experiência própria, é muito mais complexo do que construir uma casa, mas uma coisa é igual: tudo leva muito mais tempo do que era o previsto.
Então, o que resta é ter paciência e dar uma passo de cada vez. Neste momento o passo é a troca dos eletrônicos, o que vai garantir uma navegação mais segura e confortável. O passo seguinte vai ser a montagem das velas e cabos. E enfim, o último passo será a saída da Lagoa para o mar.
Saint Maarten é uma ilha altamente turísica, recebe na alta temporada cerca de seis navios de cruzeiro e de dez vôos por dia. Não é uma cidade bonita, mas o que tem de especial são as praias, com água azul celestial, temperatura morna e sem ondas, exatamente igual uma piscina. Não conseguimos aproveitar muito dela, até porque a ilha é grande e precisa de carro para ir nos lugares turísticos, então nossa vida nestes quase cinco meses aqui, se resumiu ficar na Lagoa e de vez em quando passar um domingo nestes lugares chatos que estão aí nas fotos abaixo.



Fort Louis - Saint Martin (lado francês)


Piscina de água salgada


Mais um avião chegando.... Mais um veleiro chegando.


Curiosidades...a corrida de carangueijo e o homem lata, escultura feita com resto de lixo da praia.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Passeio com o Brava

Como o Blog esta a muito tempo sem texto algum, apenas fotos e vídeos, resolvemos colocar mais um vídeo, mas este pelo menos tem alguma narração.

Brava na água





domingo, 17 de julho de 2011

Colocando o Brava na água

segunda-feira, 27 de junho de 2011

A lista esta diminuindo... falta pouco agora!!!

Mais um video sobre a reforma...


quarta-feira, 22 de junho de 2011

Vídeo da reforma do Brava

http://www.youtube.com/watch?v=g3gpqYDoxME

domingo, 19 de junho de 2011

segunda-feira, 13 de junho de 2011

O trabalho continua...




quarta-feira, 8 de junho de 2011

Dados do Brava



Olá pessoal,

Já faz mais de duas semanas que estamos com o Brava no seco.
Nestas duas semanas trabalhamos incansavelmente para terminarmos a reforma o mais cedo possível. Minha previsão mais otimista era acaber em duas semanas. Hoje acredito que ainda levaremos mais uma para voltarmos para a água.

Como ainda não conhecem o nosso barco, vou falar um pouco sobre ele (na verdade é Ela = Brava).


Dados técnicos:
Modelo: Tatoosh 42 - Cutter
Projetista: Robert Pery
Estaleiro: Ta Shing Yacht Building - Taiwan
Tamanho: 42 pés (projeto) + plataforma de popa = 44 pés (aprox 13mt)
Linha dágua: 36,5 pés (11,4 mt)
Boca: 12,75 pés (3,9 mt)
Calado: 5´9 pés (1,8 mt)
Área Vélica: 800 ft2 (75 m2)
Matro: 15,5 mt
Deslocamento: 21.300 lbs (umas 10 toneladas)
Lastro: 8.700 lbs (4 toneladas)
Quilha: Cruising Fin Keel
Motor: VW 1.6 (48 hp) marinizado por Pathfinder Marine - Canadá (1.800 horas)
Tanque de Diesel: 70 gls (265 lts)
Tanques de água: 2 com 80 gls cada (mais de 600 total)

Para os teóricos, os dados acima já mostram muita coisa. Fazendo as correlações entre os números nota-se que o barco tem um projeto bem equilibrado, deslocamento médio, área vélica adequada, e outras teorias mais...
Mas... já sabem o que pensamos sobre barcos.
Estes dias encontrei um texto na internet que pode explicar melhor nosso sentimento:

"A boat is more than the sum of it's pieces... it's how all the parts work together. If you only look at the rudder or the keel or the waterline or the displacement or the ballast or the rig, you will miss the magic that brings all of those elements together and creates the spirit of a boat, the thing that makes it seaworthy and seakindly and a vessel in which you can place your trust and your life... and those of your loved ones.
There is science and there is art. Boat design is both of these things as well as a bit of magic..."

"Um Barco é mais que a soma de suas partes... é como todas as partes funcionam juntas. Se você só olhar para o leme, a quilha ou a linha dágua ou o deslocamento ou o lastro ou a mastreação, você estará esquecendo da mágica que junta estes elementos e cria o Espírito de um Barco, a coisa que o faz ser marinheiro e navegador e ser um barco em que você possa depositar sua confiança e sua vida... e a vida dos seus amados.
Existe a ciência e existe a arte. Projetar um barco envolve ambas, incluindo uma pitada de mágica..."

Nosso Veleiro foi projetado por um artista extremamente técnico com frequentes acessos de magia que o fizeram ser um dos mais renomados projetistas de Veleiros do mundo.
Como existem diferenças entre carros, pranchas, etc, de acordo com o uso que será dado aos mesmos, também existem diferenças de conceitos dos projetos de Veleiros de acordo com o uso a que serão submetidos. Existe carro para andar rápido, carro para andar no mato, carro para desfilar. Também existem Veleiros assim, para correr regatas, para ir para a Antártica e Barcos para passear (desfilar). Como existem pranchas laminadas fininhas para ajudar na velocidade e projeção nos aéreos, existem pranchas reforçadas na laminação com tecidos exóticos como carbono e kevlar para aguentar bombas como em Puerto Escondido, também existem Veleiros leves e menos resisentes e existem Veleiros de aço, feitos para aguentar blocos de gelo.
Este projetista que concebeu o Brava, é renomado por projetar Veleiros de Cruzerio Longo, ou Blue Water Boats, barcos para atravessar oceanos e com conforto interno comparável e um bom apartamento.
Para explicar melhor o conceito do projeto, tenho que voltar à metade dos anos 70. Nesta época, a indústria náutica norte americana estava bombando, milhares de barcos sendo construídos anualmente, era o começo da era industrial de produção, do uso em larga escala da fibra de vidro.
Mas existiam praticamente duas linhas de projetos.
Uma atendia os regateiros, os que gostam de velocidade, e a outra linha atendia os cruzeiristas, que queriam barcos seguros e confortáveis para viajar e viver com a família.
Uma se destacava na velocidade, outra no conforto. Um barco podia pesar o dobro do outro do mesmo tamanho só porque seguia a linha oposta. Pesar o dobro e andar a metade, mas ter conforto para a turma a bordo aguentar o dobro de tempo sem ter que parar para descansar na terra.
Aí é que começa a Magia.
O tal do Robert Perry (agora nosso amigo Rob), fez uma coisa simples de entender.
Juntou as características do shape do fundo dos barcos da classe IOR (classe de regata) e colocou abaixo da linha dágua, e acima colocou as características de um bom barco de cruzeiro.
Assim nasceu o projeto do Valiant 40, que o colocou no Hall of Fame dos boat designers e que hoje é reconhecido como o projeto que mais deu a volta ao mundo (N de barcos produzidos/n de barcos que circunavegaram).
Nosso barco tem o projeto com estas características, com o layout mais moderno. Foi idealizado em 1980, desenhado na prancheta, com lápis e borracha, mas com algumas modelagens com auxílio de computadores, principalmente da quilha e das curvas de velocidade e angulo de orça.
Apesar de ser um barco extremamente confortável, não pesa tanto (10 toneladas em 44 pés). Anda bem mesmo com uma mastreação mais conservadora (não regateira), que dá mais facilidade na movimentação das velas por parte de um casal.
Sua releitura do formato da quilha também é considerada revolucionária. Seus projetos são bem conhecidos pela capacidade de orça (andar contra o vento). Mantém bem o rumo devido ao formato da quilha (bem mais longa que uma fin keel, bem menor que uma full keel), mas tem um excelente raio de giro.
Armado em Cutter, faz com que tenhamos duas velas de proa (além do Gennaker), para facilitar o trabalho em diferentes velocidades de vento. Nos ventos mais brandos usa-se a genoa 150%, famoso Genoão, nos ventos mais fortes usa-se o inner stay, com sua staysail, ou Working Jib, que reduz em muito a área vélica e traz o centro de gravidade para o meio do barco, ajudando no seu equilíbrio. A vela grande é full batten (super moderna), que ajuda ainda mais no contra vento e possui 2 forras de rizo, ou seja, dois pontos para reduzir seu tamanho de acordo com a intensidade do vento. O mastro é passante, apoiado sobre a quilha (mais difícil para cair) e armado no tope (todos os cabos que o sustentam seguem até o topo do mastro).
Os estaiamentos (cabos de aço que seguram o mastro) são um tamanho acima do padrão para barcos com este deslocamento. Possui além dos estais de proa e popa, brandais e ovéns, mais um força a vante e um a ré.
Por ser armado em Cutter possui Running Back para ajudar a distribuir as forças no meio do mastro quando em uso da stay sail em ventos mais fortes.
Todos os cabos seguem para o cockpit. Para subir ou descer uma vela não precisamos sair da area segura do barco. Até os cabos de rizo seguem para o cockpit. Para dar mais segurança, ao redor do mastro existe granny bars, guarda corpo para poder trabalhar no pé do mastro apoiado e em segurança.
Os trilhos para regulagem da escota da genoa possuem mais de 3 metros, permitindo uma infinidade de regulagens. Os passadiços são largos, com espaço suficiente para galões de água e combustível e ainda sobra para passar caminhando confortavemente. Apoios para as mãos por todo lado, garantindo ainda mais a segurança a bordo.
Cockpit profundo, muito espaçoso e seguro, com catracas self tailing ergonomicamente posicionadas. Espaço suficiente para 6 pessoas velejarem em conforto.
Ainda temos o bônus da plataforma de popa adicionada posteriormente pelo primeiro proprietário, que fez o barco ganhar dois pés e uma plataforma de primeira, com ducha quente e fria. Esta plataforma ajuda muito no embarque e desembarque, além de facilitar a vida na hora do banho de mar.
O leme é leve, com o barco respondendo rápido. Mais uma prova do bom equilíbrio do projeto.
O interior mostra ainda mais a Magia do Rob Perry. A barco é uma casa. Temos dois quartos, de excelente tamanho, cada qual com uma cama de casal de tamanho considerável, penteaderia, armários, gavetas, gavetões e sapateiras. Cada cabine possui dua vigias e uma gaiúta, garantindo bom fluxo de ar e luz. Caso o calor aperte, possuem ventiladores. Ainda com calor? Liga o ar condicionado. Na cabine de popa temos um 6.500 BTU e na de proa um 12.000 BTU que também atende o salão.
O salão possui mais dois sofás enormes, com uma mesa de jantar gigante no meio. Na sala de jantar já confratenizaram 8 adultos e uma criança sem atropelos.
A cozinha é realmente uma cozinha. Em formato de U, ajuda muito na hora de cozinhar em mar aberto. O fogão é basculante, balança de acordo com o balanço do barco. A pia é enorme e bem profunda, além de ser próxima ao centro do barco, que ajuda a não acumular água. Geladeira muito maior do que precisamos, freezer de tamanho mais adequado. A mais de um mês não ligamos a geladeira e ainda não conseguimos encher o freezer. Armários por todos os lados para ajudar a ter todos os utensílios necessários, alem de um rack de temperos com espaço para 22 tubos de temperos.
O banheiro é enorme para o tamanho do barco, com sanitário manual e área separada para a ducha. O tamanho é tal que estamos pensando em colocar uma maquina de lavar roupas na área do box, pois na metade dá para tomar banho em dupla.
A construção e de primeiríssima qualidade. O estaleiro que o construiu é considerado a mais de 30 anos um dos melhores do mundo. Possuem florestas próprias aonde extraem as madeiras. O proprietáro vai e escolhe a tora que quer para seu barco. A qualidade dos acabamentos em madeira é surpreendente. O barco também foi bem pensado na sua manutenção, com os sistemas bem acessíveis (exceto algumas passagens de mangueiras e fios), com armário para roupas molhadas, lâmpadas estrategicamente posicionadas, etc.
No projeto original existia mais uma cama junto à mesa de navegação. No nosso barco ela foi eliminada e transformada em paiol, aonde ficam as baterias e compressores da geladeira e freezer, além dos controladores de carga e do controlador dos painéis elétricos. Tudo bem organizado e seco.
Na mesa de navegação cabe uma carta dobrada ao meio (ideal), e tem-se fácil acesso ao painel elétrico e aos instrumentos de navegação.
O motor é um VW AP 1.6 48 hp (primo dos Control aí do Brasil), marinizado por uma empresa do Canadá chamada Pathfinder Marine. Serviço muito bem feito. Atualmente o motor está com 1800 horas, ou 1/5 da sua vida útil. Deu trabalho no começo, mas agora (depois de trocar as mangueiras, os filtros, rotores, solenóide, 4 bicos injetores, regular os cabos de aceleração e câmbio, bem como o óleo de caixa e motor e o coolant (agua doce), parece que estamos virando amigos.
O hélice é Folding, as pás se dobram para diminuir o arrasto. O leme é protegido por Skeg.
Possuímos 270 watts de paineis solares e mais um gerador a gasolina Honda 2Kva para manter as baterias saudáveis.
Um inflavel 9 pés com fundo rígido e um motor de "apenas" 25hp nos dão mobilidade...
O resto é escolher o próximo destino.

Como podem notar, o barco é mágico!!!
Conforto e segurança. Aliados com performance e autonomia.... Magia pura!!!

Com as placas solares, o captador de água e o espaço nos armários, este barco tem autonomia apenas limitada pelo consumo de combustível.
Ainda bem que somos movidos a vento!!!

Abração
Manuel e Rafinha

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Brava recebendo um bom trato da Duplaventura





Mãos à obra! Com a Duplaventura não tem tempo ruim, metemos a mão na massa pra deixar nosso veleiro nos trinques!

segunda-feira, 30 de maio de 2011

O barco nos achou!!!

Bom dia turma

Aqui estamos, Polipat Boatyard, do lado francês da ilha de Saint Maarten.
Este foi o local escolhido para corrigir os problemas do Brava para podermos seguir rumo sul e fugir da temporada de furacões aqui no Caribe.
Como a Rafa já falou, eu já estou aqui a um longo tempo, já se vão quase 100 dias nesta ilha.
O período que estive aqui foi de intenso aprendizado, muito trabalho, angústia sem tamanho e realizações maiores ainda.
Vim para cá no início de março, logo depois do carnaval, para conferir um barco com um enorme potencial.
A 5 anos vinha buscando nosso veleiro. Buscando compulsivamente.
Após nosso retorno da Europa, no fim do ano passado, não tivemos descanso. Iniciamos a construção da nossa casa, tentando tê-la pronta para o início do verão.
Como todos que já construíram uma casa sabem, o processo é lento.
No fim de janeiro, com a casa "quase pronta" a algum tempo, eu e Rafa já estávamos exaustos da aventura que tínhamos entrado. Mas não podíamos parar. Era mais uma importante etapa dentro do nosso planejamento.
O trabalho dos dois (ela vendendo e decorando na Santa Maria Casa e eu na Primeiras Ondas, minha Escola de Surf), somado com a construção da casa estavam nos consumindo. Pouco tempo para a família, pouco tempo para os amigos, pouco tempo para nós mesmos. Menos tempo ainda para a minha compulsão. Procurar nosso Veleiro.
A 5 anos era exercício diário. Entrar na internet, acessar os principais sites de anúncio de veleiros do mundo (yachtworld.com, cruisersforum.com), ir fuçando, abrindo, lendo, aprendendo, sonhando, buscando... compulsivamente...
Já não acontecia mais assim, as visitas diárias estavam cada vez mais raras, chegou fevereiro, a casa ainda "quase", o orçamento mais no "quase" ainda, já estava ficando raro sonhar com um tempo livre, um churrasco com a turma, uma tarde com a família, uma trilha só nós dois... mesmo assim uma noite, depois da Rafa que dormia no sofá acordou e me chamou da rede para a cama, resolvi tentar mais uma vez. Não que pensasse em achar nosso Veleiro, nossa casa, nosso sonho. Só queria ver, sair, fugir, entrar em um daqueles veleiros com a Rafa e sair, viajar, viver...
Sequência padraõ, hotmail. orkut, yachtworld... nada no hotmail, nada no orkut. Penso que não posso esperar notícias se não dou noticias.
Yachtworld... Vou para o mecanismo de busca, penso no nosso orçamento, penso que não posso nem pensar em ter um Veleiro neste momento, penso na casa, escolho o tamanho padão, de todas as pesquisas pelo menos nos últimos dois anos, 40 a 46 pés, idade máxima 31 anos (1980 para cima), lembro que não posso sonhar alto, escolho uma margem de valor bem abaixo da pesquisa padrão, para ver o que tem de mais barato no mundo, já pensando em ver centenas de barcos que raramente iria perder mais que alguns segundos, os mais abandonados, os mais estranhos, os que mais precisam de trabalho... só queria sair, entrar em um deles, pensar na sequência de remendos, nos valores das peças de reposição, parar de pensar em tijolo, cimento e areia...
Página carregada, listagem na tela, primeiro é um Samson que já estava a venda a algum tempo, valor baixou de 65 para 39, não é meu estilo, o segundo é um fibrocimento, nem de grátis... o terceiro, novidade... já conhecia mais da metade dos barcos a venda, mercado parado, preços baixando, ninguém vendendo... mas este era novidade. Uma rápida olhada me fez esquecer do sono, do caminhão de areia que ia chegar na outra manhã, na Van que tinha que alugar para levar os alunos para a Lagoinha do Leste...
Projetista: Rob Perry... Tamanho: 44... armado em Cutter... Mais de 600 litros de água... 250 de Diesel... dois camarotes confortáveis... cozinha pensada para travessias... banheiro com box separado... cockpit profundo e confortável... quilha longa... skeg... muito bem ventilado... com radar.... piloto automático....velas novas...
Entrei no site do projetista (www.perryboat.com), no do estaleiro www.tashingyachts.com.tw, e gritei para a Rafinha... Lelaaaaaa.... achei nosso barco!!!
Ela já tinha me ouvido falar uma 30 vezes esta frase, mesmo assim veio ver, cambaleando de sono, também querendo voltar a sonhar.
Mandei um email para o Broker, ele me respondeu no outro dia. Mandei um email para o Dani, parceiro de velejadas daí de Floripa, da Vargem Pequena, que tinha barco na Ponta das Canas e que estava morando aqui com seu veleiro (www.veleiromema.blogspot.com) para conferir ao vivo o barco e os estragos, ele deu o aval e um mês depois cheguei aqui.
Dormi uma noite apenas na nossa casa, a Rafa ficou para terminar as obras. No avião vim pensando em como as coisas acontecem quando menos esperamos, desde que não fechemos as portas.
Cheguei no aeroporto, o broker me esperava. Fomos direto do aeroporto para o dingy, e para o Veleiro. Já o conhecia por fotos e informações técnicas que garimpei antes de vir, mas foi como reencontrar um velho amigo. Chegamos pela popa, na hora soube que era nosso barco. E na hora o barco soube que tinha me encontrado.
Levei mais um mês para dormir nele, para ter a posse, para poder começar a reforma. Neste mês a Rafa fez milagres em Floripa, terminando a casa e mandando o dinheiro para a compra. Se dividindo entre bancos, Receita Federal, lojas de materiais de construção e a construção da casa. Três dias depois que eu mudei para do barco do Dani para o nosso a Rafa chegou.
Desde então estamos arrumando, trocando, cortando, colando, lixando e trabalhando. Em alguns dias estamos até mais cansados que naqueles dias do verão passado em que estávamos construindo a nossa casa sem tempo para sonhar.
Mas hoje vemos que estávamos e estamos vivendo nossos sonhos, mesmo sem muitas vezes perceber.
Muitas vezes esquecemos do que caminhamos até chegarmos ao ponto que estamos.
Hoje sabemos que não encontramos o barco, ele nos encontrou. Ainda não encontrei ninguém que acredite que eu achei o barco na internet do Brasil. O barco já estava visado por pelo menos meia dúzia de compradores, 99% deles moradores da ilha, vizinhos de poita. Todos olhando para ele como abutres esperando, alguns chegaram a oferecer mais dinheiro para que o negócio não fechasse... Mas não, o barco por algum motivo nos escolheu, e as coisas se encaixaram perfeitamente para que o negócio acontecesse. A ex-proprietária é uma pessoa maravilhosa que estará sempre nos nossos corações. Ela ficou tão feliz quanto nós. Mesmo negando a possibilidade de fazer mais dinheiro, ela aceitou a decisão do Veleiro. It´s not about money, the Boat is yours... disse ela.
Nunca poderíamos ter sonhado com um barco mais perfeito para nós dois.
Agora estamos com ele fora da água, refazendo os estragos que sofreu no ano passado no furacão Earl, com o corpo todo coçando com o pó de fibra de vidro, ainda sonhando....
mas isto já é assunto para outro post.


Abração a todos

Mané da Brava

terça-feira, 24 de maio de 2011

Notícias de Saint Maarten

Era sete horas da manhã, mais uma noite com chuva e vento forte, era o quinto dia consecutivo que chovia e também o quinto dia tentando consertar o motor do barco. O motor do nosso veleiro é um motor de carro à diesel, diz o Mané...motor de Kombi, e graças ao curso que ele fez em Floripa de motor marítimo e também por ser curioso, finalmente estávamos colocando o "bichinho" pra funcionar. Foi aquela alegria quando ele pegou...foi feito de tudo, foram cinco dias direto trocando peças, desmontando outras e revisando todo o sistema e eu ajudando como podia, pegando ferramentas e limpando o óleo que escorria para a sentina.

Bom...deixa eu começar pelo começo: Compramos nosso veleiro!!!!! Achamos nosso veleiro em Saint Maarten, Caribe, e graças a ajuda dos amigos Dani, amigão de Ponta das Canas que mora aqui com a família num veleiro (www.veleiromema.blogspot.com), e Cameron, nosso amigo e capitão das antigas aventuras no Morning Calm, pudemos realizar nosso antigo sonho de ter um veleiro só nosso!!! Na verdade dizemos que foi o veleiro que nos encontrou e não nós que o encontramos, pois como muitos acreditam, veleiro também tem alma, e ele estava abandonado esperando um casal que tivesse coragem e determinação para colocá-lo novamente ao mar. O "Revelator" nome do veleiro que compramos, tem sua história, ele ano passado no mês de setembro, aguentou durante 12 horas um rebocador de um lado e outro veleiro do outro, no meio de um furacão com ventos de 200 Km/h, deixando alguns rombos na proa e na junção do casco com o convés. Os danos foram mais estéticos, nada abalou a estrutua, e por conta disto, o veleiro foi colocado a venda a um preço muito acessível, ou melhor dizendo, absurdamente barato. O trabalho de fibra a ser feito no veleiro está tranquilamente dentro da possibilidade do Mané fazer, e o resto é nada mais nada menos manutenção que todo e qualquer veleiro necessita antes de se aventurar pelo mar. Here we are!!! Colocando a mão na massa para deixar o nosso "Brava" nome que iremos trocar, em homenagem à sua bravura em aguentar no meio de um furacão, toneladas no peito. She is Brave!!!! O veleiro tinha que ser nosso, ele tem um vaso de manjericão (o Mané ama colocar manjericão no comida, sempre tivemos plantado na sacada do apartamento) e um pote gigante de milho de pipoca (eu amo pipoca e sempre tenho em casa ou no barco), sem falar que o veleiro tem todas as características que sempre elegemos como importantes e fundamentais quando comprássemos um. A nossa casa flutuante é realmente uma casa, maravilhosa, com tudo que uma casa tem e ainda mais...um quintal para o mundo!!

Faz um mês que cheguei em Saint Maarten, o Mané faz mais de dois meses...enquanto eu terminava a construção da nossa casa em Florianópolis, ele estava aqui trabalhando e de olho no veleiro. Nosso planejamento é terminar a reforma do Brava para mais ou menos dia 15 de junho zarparmos em direção á Curação, antes...parando nas ilhas que fazem parte do Caribe. A temporada de furacão inicia em julho e queremos estar bem longe com o nosso Brava. Estamos muito atarefados e concentrados na reforma, já fizemos a troca de 80% da instalação hidráulica, trocamos quase 90% da iluminção tradicional para as LEDS (economia de energia), reformamos o dingue que estava murcho e todo furado, consertamos o motor do dingue...um 25 hp, e o motor do veleiro, que foi até agora a parte mais trabalhosa, além de muitos projetos e compra de ferramentas e equipamentos. Se o tempo permitir, iremos tirar o Brava da água esta semana para podermos dar início no trabalho de resina, troca do estaiamento, instalação da bimini com o novo painel solar, pintura do envenenado no casco e troca de baterias. Isto são tarefas essenciais para que possamos zarpar, o resto faremos com tempo e calma. Ahhhhhhhh, compramos também uma churrasqueira portátil, essa não podia faltar! Colocamos algumas fotos do nosso veleiro que é projeto do Robert Perry, um conceituado projetista que se destaca em projetar veleiros de cruzeiro com bom desempenho e segurança. A marca do veleiro, digamos assim, é um Tatoosh 42 pés, com plataforma de popa que deixa o veleiro com 44 pés. Bom...acho que deu para dar uma idéia do que está acontecendo por aqui...

Aguardem que ainda tem muita aventura pela frente!
Abraço aos amigos!!