domingo, 25 de julho de 2010

De Açores, enfim para o Continente








Nossa última estadia em Açores deixou saudades, passamos cinco dias na ilha de São Miguel tentando conciliar o trabalho (de volta ao veleiro), com os lugares mágicos que a ilha possui. A natureza lá é uma das mais exuberantes, uma mistura de imensas zonas verdes de pastagem, lagoas entre vulcões adormecidos, cachoeiras e vulcões ativos.
Impressionante como a natureza vulcânica está próxima da vida de seus habitantes. A vila se forma exatamente na boca do vulcão... e a fumaçinha que sai debaixo da terra, entra através das portas das casas, e sai pelas janelas, fazendo lembrar para os que ali passam, que a Mãe Natureza existe, e que ela é poderosa. Foi para mim uma experiência impressionante, eu nunca tinha estado em um vulcão ativo, e agora estava nele, sentindo o seu cheiro.

Zarpamos deixando além de saudades, os amigos que fizemos. Dentre eles o Rui e a Daniela, um casal muito gente boa que nos levou para conhecer a ilha, e a Rafaela (uma amiga nossa brasileira que encontramos por acaso), juntamos todos e fizemos vários jantares e passeios.
Fomos à Ferraria, que é um vulcão na beira do mar, onde o costão forma uma piscina natural e quando a água do mar entra por entre as pedras, ela sai aquecida. Incrível! Eram quase uma hora da manhã, tinha que ser maré baixa e estava muito frio, fomos sentir a sensação de tomar banho de mar quente à noite. Foi realmente fantástico! Somente as estrelas no céu, não tinha lua, estava tudo muito escuro, não podia ver as pedras e o que tinha em volta do costão...tínhamos que ir tateando...era só sentir e ouvir! Quando entrava uma onda, a corrente nos empurrava para as pedras onde tinha o vulcão, para uma espécie de caverna...e para não entrarmos na caverna, tínhamos que fincar nossos dedos no chão para segurar nosso corpo, e a areia era tão quente que quase queimava os dedos...eu ficava imaginando que a lava do vulcão estava embaixo de nós...logo ali!!! Realmente uma das sensações mais loucas que tive!
Depois desta experiência, já estávamos prontos para deixar Açores, a nossa idéia era ir para Lisboa, mas o vento norte estava tão forte e constante que não conseguimos subir, e então tivemos que seguir para sul de Portugal. A travessia foi cansativa, o barco balançava muito, pois quando tentávamos ganhar grau rumo norte, as ondas e o vento ficavam contra nós, fazendo o barco bater forte na água, deixando a vida a bordo pouco confortável.
Foram cinco dias que mais pareceram vinte, na verdade estávamos muito ansiosos em chegar, estaríamos finalizando a nossa travessia no Oceano Atlântico, e isto causava uma mistura de sensações, como adrenalina, alívio e felicidade!
Avistamos terra quando estava amanhecendo, eu estava dormindo, então acordei com o Mané me chamando...corri para fora e o Continente estava lá!
Conseguimos!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Um comentário:

Tatiana disse...

Ora pois pois, vcs fizeram uma trajetoria contraria a de Cabral. Terra a Vista!!! Boa sorte! Nao esquece de comer pastelzinho de Belém! bjos pra vcs
boa viagem