quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Com chave de ouro....

Punta Hermosa, sul de Lima, uma praia com constantes dias cinzentos, estávamos esperando por ondulação...quem sabe as ondas tornariam aquele lugar mais interessante, os raios de sol também tornariam com certeza aquele lugar mais bonito...mas eles não queriam mostrar suas caras, decidimos então seguir viagem. Para fechar com chave de ouro a passagem por este país tão imenso, escolhemos Machu Picchu como nosso próximo destino!!
Pegamos um táxi para Lima, dormimos num hostel em Miraflores, um bairro super estruturado, moderno e rico. Parecia outro país, estávamos acostumados com as paisagens humildes do litoral do Peru, e de repente nos encontrávamos num Peru bem desenvolvido, com arquitetura surpreendente e com grandes parques para lazer.
Acordamos cedo no dia seguinte, seguimos para o aeroporto eu, Mane e o Maurício, nosso amigo-primo-surfista que passou conosco duas semanas que mais pareceram dois meses, foram ótimos dias...a procura da “onda perfeita”. Além de surfarem Puemape, Huanchaco e Chicama, vivenciamos o cotidiano do povo peruano que fez da viagem uma imersão cultural....claaaro, não poderia ter sido mais divertido !!! Era hora de se despedir, ele de volta a Floripa, e eu e Mané para mais uma aventura!
Do avião podíamos ver Cusco, milhares de telhados grudados uns aos outros, encravados em meio a montanhas, era a capital do Império Inca encravada na realidade num vale, no Vale Sagrado.
Deixamos nossas tralhas no hostel, Sumac Wasi, situado no topo da montanha, o visual que se podia ver do terraço era espetacular, lindo...aquela cidade mística aos nossos pés!
Tomamos o tradicional chá de folha de coca, era uma forma de prevenir o mal estar causado pela altitude, os 3.500 metros poderiam causar enjôos, vômitos e fortes dores de cabeça...então antes que eles chegassem, detonamos o chá que já ajudava a esquentar o corpo. A folha de coca degustada em forma de chá ou simplesmente mascando, tem poder medicinal, ela ajuda na absorção do oxigênio e faz com que o organismo absorva 3 x mais os nutrientes dos alimentos, então permanecemos com mais energia por mais tempo.
Fomos gastar nossas energias caminhando pela cidade de Cusco e descobrimos que embaixo daqueles telhados grudados uns aos outros, existiam obras de artes feitas com pedras. Eram construções feitas pelos Incas com pedras encaixadas de forma perfeita, algumas delas podiam pesar mais de 100 toneladas e eram lapidadas de forma a encaixar em outra, formando grandes muros, que eram as casas e os templos.
As ruas estreitas com calçadas não mais de 50 cm de largura são disputadas por muitos turistas e fotógrafos. Tudo é arte...os cafés, restaurantes e lojas possuem uma decoração muito charmosa e autêntica, a Plaza de Armas é o centro e o encontro de todos que estão ali por um único motivo: Machu Picchu.
Fomos pesquisar com agências de turismo qual a melhor forma de se chegar à Machu Picchu, e descobrimos que além da trilha tradicional Inca, da trilha de Salcantay e do trem, existia agora uma forma de se chegar que era a maior parte de carro e um trecho de trem, a qual levaria 2 dias e 1 noite. Existia ainda uma outra que levaria 3 dias e 2 noites, esta com um trecho morro abaixo de bicicleta.
Dentro de nossas condições físicas, financeiras e temporais...rsrsrsrs...optamos pela de carro (2 dias e 1 noite).

Saímos cedo, pois tínhamos 5horas e meia para chegar à Hidrelétrica de carro, e depois pegar o trem que levaria mais 1hora, para finalmente chegar em Águas Calientes. Águas Calientes é a última cidadela antes de chegar em Machu Picchu, o objetivo era dormir em Águas Calientes, acordar cedo e chegar em Machu Pichu antes do sol nascer.
A viagem de carro, posso dizer que foi umas das experiências mais adrenalizantes da minha vida, senão a mais. Tínhamos que alcançar 4.025 metros de altitude através de uma estrada a beira de um penhasco, no começo as paisagens eram tão maravilhosas que eu cheguei a esquecer que existia um precipício a pouco menos de 1 metro do nosso carro. As montanhas com neve fazia parecer tudo perfeito, era perfeito sim...lindas paisagens com diversos tons de verdes e lagos que saiam fumaça.
Quando terminou o asfalto, a estrada se tornou estreita e muito sinuosa, e lá estávamos nós correndo contra o tempo para pegar o último trem que nos levaria à Águas Calientes. O nervoso batia quando vinha um carro no sentido contrário e os motoristas tinham que recolher cada um seu retrovisor para que não caíssemos no penhasco, mesmo com medo eu ainda tinha coragem de olhar lá para baixo e ver as pedras rolando...para uma pessoa que tem pavor de altura...como eu...sem dúvidas eu não repetiria esta dose !
Chegando na Hidrelétrica, foi uma emoção entrar no trem (classe backpackrs). Indescritível a beleza e exuberância daquele caminho perdido entre montanhas de pedras e floresta tropical, fomos durante 1 hora com a cabeça para fora da janela do trem aproveitando o visual, até chegar na cidadela (Águas Calientes) que se desenvolveu em torno do trilho do trem...inúmeros bares, cafés, hotéis e restaurantes ficavam de frente para o trilho, como se fosse a avenida principal da cidade...e era.
Sem despertador, acordamos depois do horário previsto e tivemos que sair correndo para pegar um ônibus que nos levaria a entrada das ruínas de Machu Picchu...deu tempo...chegamos antes de o sol nascer! E de queixo caído...entramos nas ruínas com os primeiros raios de sol inundando a antiga cidade Inca.
Impressionante, extasiante e gratificante...poder ver com os próprios olhos e caminhar dentro desta antiga cidade, acompanhamos o guia, que falava em um espanhol fácil, para entender toda a história e os porquês dos porquês, e mesmo com tantas respostas, ainda sobrava mistérios em relação a esta cidade, o que torna ela ainda mais interessante.







































3 comentários:

Flavinha disse...

Noooossa! Que mágico! Machu tá na lista dos lugares que tem que se conhecer antes de morrer, hehehe! LINDO! Se eu já queria ir, agora com a descrição de vcs, mais ainda!

Imagina chegar com o sol nascendo... Perfeito!

Amei as fotos! Dá pra entender a intensidade desse lugar tão especial! Não só dele, mas do caminho e tudo...

Vou ler o texto seguinte!!! :D

Muuuuuitos beijos!

Surf4ever disse...

Tem uma foto ali do grande explorador "MANUEL BUM", aprendiz do antigo herói da TV "Daniel Boone".

SDA - Surfing Division Accessories disse...

Isaaaaaaa quanta foto irada!
Mané e Rafinha, parabéns pela barca, pela exposição de toda a experiência vivida e lugares visitados. Esse blog está eternizado! Logo nos encontraremos pra dividir um pouco mais dessa alegria aí hein!?
Forte abraço e positivas vibrações!!