Estávamos na alta temporada de furacões no Caribe, mês de setembro. Sabíamos que precisávamos sair daquela área o mais rápido possível, então vínhamos monitorando a previsão do tempo constantemente. Fazíamos pernas de no máximo um dia, de ilha em ilha, correndo contra o tempo, mas sem apavoramento, sempre tentando curtir de alguma forma. Quando chegamos em Dominica nos surpreendemos com a beleza da ilha, com montanhas altas e vegetação abundante, ali passamos ótimos seis dias, fizemos um passeio subindo um rio com canoa e chegamos no cenário onde foi feito as filmagens do filme: Piratas do Caribe. Ali também vivemos a tensão de estar num local onde possivelmente passaria uma tempestade com grandes chances de se transformar em furacão. Então pela primeira vez, deixamos o Brava e fomos passar a noite em terra. Alugamos uma casa de frente para o mar, com vista para o Brava e ali ficamos rezando para que nada de mal acontecesse.
Nada de mal aconteceu, a tal tempestade passou longe e finalmente pudemos continuar a nossa viagem rumo sul.
Santa Lúcia foi nossa próxima ancoragem, uma ilha também paradisíaca, com grandes marinas, shoppings, mercados e lojas. Conseguimos reabastecer o Brava e nos preparar para a que seria a nossa maior travessia, somente eu e o Mané a bordo de nosso veleiro. De Santa Lúcia a Curaçao.
Foram sete dias de travessia, de muita emoção e aprendizagem. Foi realmente uma das experiências mais gratificantes. Tínhamos sonhado muito com este momento, e agora estávamos vivendo o que tínhamos idealizado. Pegamos várias condições de mar, nos permitindo testar o Brava e aprender mais sobre ele. Também testamos nossa vivência a bordo, um tinha que confiar no outro e no fim conseguimos sobreviver a estas novas situações que estávamos encarando.
Faltava algumas horas para chegar em Curaçao, já avistávamos a ilha, o vento estava realmente forte, as vezes chegava a rajadas de 25 nós. A ondulação, a pior possível, vindas de todos os lados fazendo o piloto automático entrar em parafuso, foi quando o Mané se deu conta que estávamos sem leme. Foi tensão total, o Mané tentando concertar o eixo do leme lá embaixo, enquanto eu tentava manter o Brava no rumo utilizando um leme de emergência. Não podíamos acreditar, estávamos numa situação complicada, se não concertássemos o leme, não poderíamos entrar em Curaçao. Eu estava com o coração na boca, pura adrenalina, tinha algumas ilhas de pedra por perto e sem o controle do veleiro podíamos vir a chocar com estas ilhas. Deu certo, o Mané depois de algum tempo concertou o leme e já tínhamos denovo o controle do Brava, chegamos em Curaçao com uma alegria e satisfação tão grande que é difícil descrever, a sensação de chegar é maravilhosa. Foi sim sem dúvidas um grande aprendizado, em todos os fatores. Curaçao nos recebeu de braços abertos e nós de braços abertos para ela.
2 comentários:
Oi pessoal
Somos a tripulacao do Dee (www.sailingdee.com) que falou convosco em Rodney Bay via VHF...quando estavam passando em 2014 com outro veleiro.
Adicionem o nosso facebook e mantenham contacto www.facebook.com/sailingdee
Joao
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Joao
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