quarta-feira, 29 de abril de 2009

Vídeo 6 - Chegando em Puerto Escondido



Esse vídeo é da nossa chegada em Puerto Escondido.
Sem música, sem edição, para vocês sentirem a alegria de chegar em um lugar especial.
Abraços a todos
Mané e Rafinha

Vídeo 5 - Acapulco



Segue mais um filminho, este sobre Acapulco.
Esperamos que gostem.
Obrigado pela visita.
Mané e Rafinha

Vídeo 4



Ta aí mais um vídeo.
Desculpem a falta de som, o Youtube já vetou duas músicas e como estamos meio atrasados, não vai dar para tentar arrumar mais uma vez... de qualquer forma, as fotos estão ali.
Abraços do casal.
Mané e Rafinha

Gripe Suína no México


Como todos por aí já sabem, o México está enfrentando uma epidemia da tal da gripe suína.
Nós só ficamos sabendo do que esta acontecendo através da internet, porque não assistimos televisão por aqui, nem ouvimos a rádio local.
Agora estamos em Oaxaca, o último estado ao sul do México, e por enquanto nenhum caso foi registrado por aqui.
Ontem o Cameron foi à cidade para tentar encontrar uns parafusos que precisávamos para terminar de acertar o motor para nssa próxima etapa, a mais longa e complicada de nosssa viagem, entre o México e El Salvador, e viu muita gente com máscaras, mas ontem também fomos surfar uma das melhores ondas do mundo, chamada Barra de la Cruz, e assim tentamos manter nossa vida.
Estamos na Marina Chahue, com pouco contato com os mexicanos, arrumando o barco, deixando tudo pronto, organizado e limpinho para seguirmos.
Estamos evitando o contato mais por precaução, evitando comprar frutas e verduras, pois grande parte vem da Cidade do México, também estamos tentando zarpar o quanto antes, pois nosso maior medo não é ser infectado aqui, é ter que passar um longo período de quarentena antes de poder desembarcar no próximo porto.
Por aqui o povo está bem tranquilo, ontem ao voltar de Barra de La Cruz, ouvi pelo rádio do Táxi um pronunciamento do secretário de saúde de Oaxaca, falando das medidas preventivas, mas na verdade só o tempo vai dizer até aonde esta doença vai chegar.
Aqui na Marina e na praia de La Cruz, muitos americanos recém chegados falam do que viram na Cidade do México, Graças a Deus não estamos mais lá, pois estávamos bem no centro da coisa toda, e eu não estaria tão tranquilo assim.
Vamos ficar calminhos, sem muitos passeios, sem muito contato, lavando as mãos sempre, evitando consumir o que pode ter saído da Cidade do México e rezar para que o gentil povo mexicano não tenha que sofrer com esta terrível doença.
Resolvi me protejer e também comprei uma máscara.... espero que o vírus pelo menos fique com medo...

Para todos os nossos amigos e familiares, fiquem tranquilos que a coisa aqui está bem mais tranquila do que a imprensa noticia, estamos bem longe da Cidade do México, e devemos partir em um ou dois dias no máximo.

Manuel e Rafaela

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Rumo a Acapulco

Saímos de Ilha Grande (Islã Grande) no meio da tarde, deixando mais um lugar que dá vontade de voltar.
Assim que pegamos mar aberto encontramos muitas tartarugas, grandes, incrível como eram muitas, depois fomos saber que era época de desova, então elas estavam ali indo ou voltando da praia para pôr seus ovos.
Logo anoiteceu, o vento era fraco, genoa aberta, velejada tranqüila.
Aos poucos eu ia aprendendo a manobrar o veleiro, pois assim que a dupla da Nova Zelândia saísse, eu teria que ajudar o Cameron e o Mané, então de vez em quando eu tinha que parar, raciocinar e fazer alguma tarefa, como se fosse um teste, eu ia bem, mais uns treinos e já estaria segura. A viagem do ano passado foi realmente uma escola, eu teria só que relembrar e é claro, aprender coisas novas.
Anoiteceu, depois de uma janta regada a vinho, e chocolate de sobremesa, fizemos uma reunião de como seria dividido o turno. Velejar a noite não é apavorante como muitos pensam, dependendo da lua você não vê um palmo à sua frente, então seu mundo se restringe ao veleiro e as bilhões de estrelas do céu, quando é lua cheia daí você consegue ver a linha do horizonte em 360º graus, e as estrelas já não são muitas. O que acontece é que o veleiro não pode ficar sozinho e todo mundo ir dormir, então dividimos quem vai tomar conta dele, eu e Mané ficamos com o primeiro horário novamente.
Durante o turno tive a possibilidade de assistir um espetáculo, os golfinhos apareceram em volta do barco e só dava pra ver um verde fluorescente que era o rastro deles, como se fosse um tubo de baixo da água, que ia e vinha formando um caminho totalmente brilhoso, muito lindo.
Nossa velejada até Acapulco foi em clima de festa, nós cinco no cockpit tomando banho de sol...e que sol hein, um calor danado! A Denyse e o Rayse nas margueritas, de repente o Mané:
__ Então tá, vou fazer uma caipirinha, quer dizer caipiroska (já que tínhamos vodka e não cachaça), só pra vocês saberem o que é bebida!!!
O Mane caprichou, fez “aquela” que se fosse no Brasil acompanhado com nosso churrasco, seria servido na garrafa de coca cola cortada ao meio, pra dar conta né!
Eles acharam forte demais, provei...uhmm...muito boa!
A caipirinha chamou um samba, colocaram som alto, e o cockpit se transformou em aula de samba...rimos muuuito, com o balanço do veleiro todo mundo tentando sambar, parecíamos uns loucos !
De repente avistamos Acapulco à nossa frente. Terra à vista!!! Foi aquela alegria em estar chegando na terra dos famosos clavadistas, que saltam de enormes penhascos se jogando ao mar. Mas também tinha um pouco de tristeza, pois a Denyse e o Rayse iriam embora depois de 2 dias em Acapulco.
Antes de chegarmos em Acapulco resolvemos parar o veleiro e mergulhar no mar, o calor era demais e a água parecia tão cremosa...outra aventura a parte, nem vou falar.
Chegamos já estava anoitecendo, ancoramos na marina Iate Club de Acapulco, grande e com uma ótima estrutura, exibindo monumentos flutuantes.
Não pensamos duas vezes, ancoramos, relaxamos na piscina do Clube de Yates de Acapulco, depois voltamos ao barco, vestimos uma roupinha mais bonitinha e fomos procurar um bom lugar para a janta. Pegamos um táxi, um fusca que transportou nós cinco e mais o taxista, não sei como deu, mas foi outra aventura emocionante.
No dia seguinte aproveitamos mais a estrutura da marina, piscina, internet, margueritas e...eu te amo Mané !
Fim de tarde fomos assistir os saltos dos clavadistas, estávamos nós cinco muito animados, a noite prometia...era festa de despedida dos nossos amigos.
O salto dos clavadistas era num lugar bem estruturado e turístico, como se fosse visitar o Cristo Redentor no Rio de Janeiro, fizemos amizade com um casal de Londres, com uma família Mexicana e encontramos brasileiros, aquela festa! Assistimos aos saltos era fim de tarde, o sol se pondo deixou ainda mais bonito o espetáculo.
Depois do espetáculo, já embalados por uma Corona Extra (cerveja mexicana), saímos direto dali para o centro da cidade, eu e Mané, Denyse e Ryse, o casal de Londres e Cameron. Paramos num restaurante, uns petiscos e resolvemos pegar uma balada, na avenida, inúmeros taxistas já nos esperavam, será que parecíamos turistas?
- Amigo, nosotros queremos ir a una fiesta, que tiene como musica salsa, merengue e margueritas para beber !!!
Pegamos dois táxi, dois fuscas e....os fusquinhas colocaram um som beeeem alto, tocando salsa e foram um do lado do outro, tipo apostando corrida, pulando as lombadas...uma diversão, os taxistas entraram no nosso clima de festa e fizeram valer a corrida, foi só risada...chegamos na frente da balada, Paradise Club, foi aquela algazarra, comentando dos fuscas voadores e do som que eles colocaram.
A balada era num deck de madeira de frente pra praia, sem cobertura e tinha um bug jump ao lado e embaixo dele uma piscina, decoração bem tropical, musica e claro os mais animados eram nós sete, aos poucos todo mundo foi se contagiando com a nossa alegria e fizeram uma big roda dançando conosco.
Tinha um cara falando no microfone, tipo um animador de festas e perguntou logo de onde éramos, o Cameron respondeu que era da Lua...ehehehe...e Mané do Brasilllll, daí o cara falou: - Oba, hoy tenemos brasilenôs, tenemos samba entonces!!! O cara veio em minha direção e colocou o microfone pra eu falar: - Tenemos uma brasileña, fale português.
E eu falei no microfone: - Português !! ehehehehe
Não preciso dizer que a festa foi grande, pra mim uma das melhores que já fui!
Decidimos ir embora, já que Denyse e Rayse tinham que pegar o vôo logo cedo, fomos mais pra lateral do deck, pra pegarmos um ar, de repente o Mané se jogou na piscina que era lá embaixo, tipo uns 15 metros (mais ou menos um prédio de cinco andares), de roupa e tudo!!!
Eu apavorei, quando me dei conta ele estava lá na piscina, saindo e procurando o caminho pra voltar, fiquei de boca aberta, como ele teve coragem de se jogar, louquinho meu marido !!!
Ahhhhh....daí o Rayse se empolgou e se atirou também, o Mane pulou novamente pra ensinar o caminho de volta para o Rayse, voltamos todos no táxi, molhados e o Mané dando gargalhadas, ainda adrenalizado com o jump!!!
Dormimos, ou melhor, capotamos...Denyse e Ryse ficaram de nos acordar para a despedida, que pena, ia ser muito legal tê-los o resto da nossa viagem.

Rumo by Rafaela Brogni

domingo, 26 de abril de 2009

Manzanillo, Zihuantenejo e Acapulco

Após o primeiro encontro, a turma retornou ao veleiro, comeu em estilo mexicano, e desmaiou, após este longo dia. No outro dia, logo cedo, acordei para ajudar o Cameron a fazer os últimos preparativos para a velejada entre Manzanillo e Zihuatenejo.
Seria uma "perna" de aproximadamente 180 milhas, paralelo à costa, e todos queríamos parar em Pascuales para tentar aproveitar o resto da ondulação, mas, como o meu dever de casa já havia mostrado, Pascuales não tem abrigos naturais ou artificiais que permitissem nossa ancoragem.
Saímos logo cedo, com muito pouco vento, mas vento de alheta a popa rasa, com a Genoa aberta e motorando, fazendo em média 5 nós. Na metade da tarde passamos por Pascuales, realmente só conseguíamos ver a longa praia, nenhum costão, nenhuma marina.
Não havia outra alternativa a não ser seguirmos para Rio Nexpa, que fica a umas 100 milhas de ao sul de Manzanillo, e que se tudo corresse bem, deveríamos chegar logo ao nascer do sol, com boa possibilidade de pegar boas ondas aproveitando o vento offshore (terral)que sopra diariamente ali durante o começo do dia.
Sem surf, a turma aproveitou para tomar umas Margueritas, eu fiquei calminho, pois não estou mais acostumado a tanto álcool, acompanhei na cerveja mesmo. O Capitão fez a janta, servindo muito bem sua tripulação, com um saboroso arroz e filezinhos de peixe empanados.
Nada mal! Dividimos os turnos de vigia com períodos de 3 horas cada um, sendo eu e a Rafa os responsáveis pelo primero turno, das 10 às 1 da madruga, depois seria o Rhyse e a Denise, levando até as 4 da manhã e finalmente o Cameron faria o turno do nascer do sol, das 4 às 7.
Nosso turno correu tranquilamente, nenhum navio, apenas um acerto nas velas, céu maravilhoso, muita bioluminescência que fazia as ondas criadas pelo nosso barco brilharem fluorescentes. Bem bonito, bem tranquilo. No final do nosso turno, fiz a navegação, e notei que com a pequena mudança de vento, poderíamos dar um jibe e teríamos a proa em cima de Rio Nexpa, chamei Capitão, fizemos a manobra e acertamos a proa para nosso destino.
O turno do casal foi um pouco mais complicado, alguns navios, mas sem maiores problemas, no do Cameron o mar voltou a ser nosso apenas.
Acordei com o Sol nascendo para render o Cameron, que deveria estar acabando seu turno, e quando chego no cockpit, vejo ele na pilha, procurando alguma coisa, quando olho para a proa, vejo a terra, as montanhas e o sol nascendo atrás delas. Realmente nossas contas estavam bem redondinhas, acertamos em cheio o horário de chegada, agora só faltava achar o local para ancorarmos.
Fomos nos aproximando de terra lentamente, só com a genoa em cima, bem folgada, acompanhando o ecobatímetro, que teimava em pular de 12-14 metros para 4-6, preocupando o Capitão.
Fui para a proa tentar localizar algum banco de areia mais proeminente, mas não achei nenhum até voltarmos a ter 20 metros de profundidade. Logo depois fomos escoltados por um animado bando de golfinhos, que pareciam se divertir acompanhando nosso barco.
Seguimos lentamente até colocarmos o veleiro bem em frente ao Restaurante do Cheyo, que deve ter ficado de bobeira ao nos ver de volta a Rio Nexpa antes do que imaginávamos. Do veleiro podíamos ver as ondas e duas pessoas que já estavam no pico tentando aproveitar aquele momento de mar com textura de azeite e com aquela luz mágica criando um cenário perfeito para o Surf.
Sem mais demora, o Cameron foi acordar o Rhyse e eu fui preparar as pranchas. Descemos o dingue, tchauzinho para as meninas que ficaram tomando café e banho de sol,e aceleramos para o pico.
Chegamos, o Cameron ficou no dingue, eu e o Rhyse saímos remando para o pico, tinha um metro, nada muito especial para mim que tinha aproveitado aquela semana maravilhosa ali, mas muito bom para eles que teriam o primeiro surf de verdade desde que saíram de Puerto Vallarta, a mais de 10 dias.
Peguei 3 ondas o mais rápido que pude, voltei remando, entreguei minha prancha para o Capitão e fiquei cuidando do dingue enquanto eles surfavam. Tentei descer um pouco mais para ter um melhor angulo para bater algumas fotos, enquanto isto a dupla se divertia.
Eu estava amarradão só de estar ali, mesmo tendo surfado apenas 3 ondas, esta foi a minha primeira sessão de surf saindo diretamente de um veleiro que eu estava ajudando a levar, a fazer a navegação, meus cálculos estavam fechando como uma luva, estava com a minha mulher, com meus amigos, sentado num dingue novo, com motor bom, com uma máquina a prova dágua, num mar liso, numa luz perfeita, o que mais eu podia pedir?
Nada! Só agradecer!
A dupla ficou mais uma hora na água, tirei algumas fotos, depois ficou meio crowd, com os surfistas mais dorminhocos chegando para surfar, eles voltaram até o dingue e retornamos ao veleiro para seguirmos até Zihuatenejo.
Mais um dia de velejada bem agradável, com mais uma visita de um animado bando de golfinhos, que ficou brincando na nossa proa por quase meia hora, e a turma aproveitou para bater muita foto e filmar estes maravilhosos mamíferos que surfam a vida inteira e comem sushimi todos os dias.
Nossa idéia inicial era irmos até Ixtapa, um balneário turístico a 14 milhas ao norte da baía de Zihuatenejo, para ganharmos tempo e entrarmos ainda durante o dia, pois não é nada aconselhável entrar em um lugar que não conheçe durante a noite, pelo risco de se acertar alguma pedra submersa ou encalhar em algum banco de areia, mas não deu tempo, anoiteceu e conseguiamos ver Ixtapa e Zihuatenejo, mas longe ainda, 12 milhas, no mínimo 2 horas até conseguirmos entrar.
Resolvemos ir direto a Zihuatenejo pois tinha uma entrada mais aberta e segura, com apenas um rochedo na parte sul e um arrecife na parte norte. Só precisávamos acertar o caminho entre eles.
Como não tínhamos a Carta Náutica da região, fizemos o melhor que pudemos em uma navegação baseada na carta digital, que é conhecida pela sua imprecisão no litoral Mexicano do lado do Pacífico, e colocamos os olhos para funcionar tentando encontrar dois faróis que deveriam nos guiar na entrada da Baía de Zihuatenejo.
Fomos nos aproximando, encontramos um dos faróis, procuramos o outro e nada. Fui até a proa, subi no púlpito de proa e se abrisse os braços ficaria igual aquela famosa cena do Titanic, tentando ter uma melhor visão do que tínhamos a frente, o Rhyse ficou à meia nau e o Cameron na roda de leme, com os olhos colados no radar.
As luzes da cidade me ajudavam a ter uma melhor visualização, silêncio no barco, só o motor roncando em marcha lenta, concentração total, lentamente íamos tentando achar nosso caminho.... eu já com os olhos meio doídos de tanto procurar, quando chegam eles mais uma vez. Mais um bando de golfinhos chegou como um grupo de torpedos fluorescentes, criando uma cena inacreditavelmente psicodélica, mas não era a hora para isto.
Não pude me aguentar, olhei os felizes animais que criavam aquela cena inesquecível, a menos de 2 metros dos meus pés, mas por dentro eu pensava... obrigado amiguinhos, mas voltem em meia hora por favor...
Eu focado na proa, o Rhyse focado nos golfinhos (que ele nunca tinha visto a noite) e o Cameron focado no radar. Ele localizou a Roca Negra, a nosso boreste, já pelo través, e nos avisou... procuramos seu farolete mas só localizamos sua silhueta, assim como muitos faroletes aí no Brasil, este também estava apagado. Após localizarmos ele ficou claro que estávamos no caminho correto, mas não pude deixar meu posto porque ainda tinha muito barco de pesca pequeno no nosso rumo.
Seguimos lentamente baía a dentro, ancoramos a 7 metros de profundidade, em águas extremamente calmas, que refletiam as estrelas do céu, todos exaustos.
Fui para a cozinha e fiz o melhor que pude para cozinhar um macarrão para a turma, que não comia nada desde o café da manhã. Comemos em silêncio e seguimos para um merecido descanso.
No outro dia seguimos para a cidade de Zihuatenejo, bem agradável, mesmo sendo bem turística, aproveitamos para usar a internet, o casal comprou alguns produtos para a sua casa na Nova Zelândia, eu aproveitei para bater algumas fotos que eu havia prometido para o meu irmão que sempre quis conhecer este local, pois é apaixonado pelo filme Um Sonho de Liberdade, em que o personagem escapa após dar um golpe no diretor da cadeia e foge para Zihuatenejo. Realmente é um local aonde qualquer um pode passar desapercebido graças ao ritmo lento e tranquilo de seus habitantes.
Aproveitamos para comprar um belo pedaço de Atum no mercado de peixes, que fica montado sobre a areia da praia, sempre com pescados frescos, muitas vezes com Marlins e Atuns bem grandes.
Almoçamos no Pueblo, voltamos para o barco e levantamos âncora rumo à Isla Grande, a versão local da nossa Ilha do Francês, maior, com mais restaurantes e com um belo afloramento de corais para testarmos nossa máquina.
Na metade do caminho fomos conferir um outro pico bom para o surf chamado Escalleras, estilo Atalaia em Itajaí, mas para a direita, com a onda quebrando sobre o molhe da marina de Ixtapa. Pouco swell, não tinha onda. Seguimos para a Isla Grande, e para meu espanto, passamos por cima de um ilhote, graças a Deus foi apenas no Chartplotter, confirmando que realmente devemos ter dois pés atrás nas informações repassadas pelas cartas digitais que dispomos. Tirei 3 fotos da sequência do “atropelo” digital para comprovar.
Chegamos na Ilha, dois luxuosos iates, um com mais de 100 pés, alguns veleiros, localizamos um local bom para ancorarmos e seguimos para um merecido mergulho para fugir do inclemente sol mexicano.
Água com temperatura perfeita, boa visibilidade, corais multicoloridos, peixes mais ainda… mergulho de primeira qualidade, facilitado pela pouca profundidade, em média 2 metros. Deu para testar a máquina e constatar suas qualidades, boas fotos registraram o momento. A aposta era quem pegasse a Lagosta para o jantar não pagava as Margueritas, procurei bastante, mais interessado na Lagosta que nas Margueritas, achei uma pequena, mas sumiu quando fui atrás das luvas que estavam no dingue. Ninguém achou nenhuma maior, a Denise viu uma no mesmo local que eu, acho que era a mesma, mas o Rhyse também não conseguiu achá-la.
Voltamos para o barco, sushimi para abrir o jantar, seguido por Atum frito na manteiga com alho e Shoyo. Fiz questão de montar uma bela flor de atum para presentear o casal em Lua de Mel, que foi devorada pétala a pétala por todos, carne fresca, saborosa, uma delícia!
Para acompanhar, um bom Malbec argentino e cerveja.
Dormimos todos com o sorriso na orelha depois deste excelente dia.
Na manhã seguinte, decidimos explorar o beach break próximo, Playa Linda, seguido por The Ranch e Turtles, tinha um campeonato local em Playa Linda, encontramos boas ondas em The Ranch, passamos o costão até Turtles, nada especial, voltamos até The Ranch, ancoramos o dingue e assim que tive a autorização, saí remando para procurar o pico.
Encontramos boas ondas entre meio metrão e um metro, ganhando tamanho e pressão durante a sessão de surf. Apenas o Rhyse, o Cameron e eu no pico, água transparente, quente, sem vento, ondas perfeitinhas abrindo para os dois lados, lembrando bastante o Moçambique no nascer do sol.
Surfamos durante quase duas horas, as ondas ganharam força, estourou minha cordinha me obrigando uma nadada até a praia de seixos para buscar minha prancha, mas como Deus protege os abobados, ela foi jogada num dos poucos locais com areia na praia e nada demais aconteceu.
Voltamos para o veleiro exaustos pelo calor, felizes pelo surf que encontramos, especialmente pela condição azeite do mar e por estarmos sozinhos, e encontramos as meninas largadas tomando banho de sol, entre um mergulho e outro.
Organizamos os equipamentos e levantamos âncora, desta vez rumo à badalada Acapulco, 128 milhas ao sul, nosso próximo ponto de parada, aonde infelizmente iríamos nos despedir do casal, que deveria retornar à sua casa na Nova Zelândia. Mais um dia de velejada agradável, quase sempre em empopada, com ventos mais generosos, entre 10 e 15 nós, mas com mar bem liso, fazendo com que o barco deslizasse sem dificuldades e sem muito balanço, criando um ambiente bem confortável a bordo.
Logo na saída pescamos 5 Atuns, todos pequenos, e mesmo deixando dois pobres coitados merolhos, seus pais não vieram tirar satisfação. Todos foram devolvidos a água, e só aumentaram nosso desejo de pegar um de verdade.
Janta mais uma vez preparada pelo Capitão, purê de batatas com bife, mais uma garrafa do Malbec, a turma foi dormir e eu e a Rafa mais uma vez fizemos o primeiro turno, o segundo foi do Cameron, que resolveu dar um tempo a mais de descanso ao casal, que o substituiu no turno do nascer do Sol.
Fui acordado com a Rafinha me falando que o Rhyse tinha pego um belo Yellow Fin Tuna, e que o Cameron já estava filetando. Acho que o Kiwi não queria deixar o barco sem pegar um peixe de verdade, e ele realmente conseguiu. Mais sashimi para o almoço.
No começo da tarde nos aproximamos da Baía de Acapulco, a alegria era geral, o Cameron voltou a preparar as Margueritas, revezando com a Denise, que parece ter aprendido a receita com exatidão, ajudando ainda mais a aumentar a alegria a bordo.
Som ligado, Samba rolando, todos dançando, a Rafinha ensinando alguns passos de Samba, Margueritas, cerveja… Já bem próximos o Cameron resolve parar o barco para tomarmos um bom banho de mar antes de entrarmos na poluída baía. Ele pulou antes, o barco ainda seguia a quase 2 nós, mesmo em árvore seca, e ele teve que se virar para agarrar a ponta do cabo que havíamos lançado ao mar para garantir que ninguém ficaria para trás… Um por um seguiu o exemplo do Capitão, e a Rafinha quase perdeu a parte de baixo do biquini ao tentar voltar a bordo… Realmente um clima muito bacana a bordo. Muitas fotos, muita risada, muitas excelentes memórias.
Ancoramos no meio da tarde em frente ao Clube de Yates de Acapulco, em quase 20 metros de profundidade, fomos recebidos por um casal de americanos em outro veleiro, com seu filho de uns 3 anos a bordo, o pequeno era idêntico ao Teteu, o querido filho do Dani e da Mariana, os velejadores do Veleiro Mema, que devem estar saindo de Floripa por estes dias para passarem um mês velejando pelo sul do Brasil, um casal exemplo para nós dois, pelo amor que emanam, pela vontade de viver e pela rassa ao velejar. Que bons ventos os acompanhem por aí amigos. Um beijão para o Teteu… um dia vocês três estarão aqui no Pacífico, com a camisa do nosso veleiro, assim como estamos agora levando a sua com muito orgulho.
Para fechar com chave de ouro, fomos ao Iate Clube para um merecido banho de piscina e mais internet.
Diz a lenda que por aí era Tirandentes e chovia.

Manuel Alves

sábado, 25 de abril de 2009

Estamos em Purto Escondido

Chegamos ontem no fim de tarde em Puerto Escondido.
Hoje bem cedo fomos surfar, o mar está grande (faces com 8 a 10 pés).
Foi uma das sessoes mais rapidas da minha vida.
Entrei por trás, direto do dingue, tentei pegar uma, nao consegui, fiquei mais em baixo, entrou a serie, peguei uma no rabo, completei o drop, o tubo fechou, a prancha quebrou, levei o resto da série na cabeca, e em menos de 5 minutos eu estava na areia, com a prancha em 2 pedacos
hoje devemos seguir para Bahias de Huatulco
lá deve ter internet, para atualizarmos os textos até aqui.
Desculpem os erros, teclado mexicano.
Abracos a todos
Manezera

terça-feira, 21 de abril de 2009

Manzanillo, embarcando e rumo a Zihuantenejo

Era quinta feira...acordei e antes mesmo de abrir os olhos fiquei sentindo o balanço do mar naquela cama confortável...abri os olhos, era verdade, eu havia passado a primeira noite a bordo...olhei em volta...era a cabine de proa, olhei pelas gaiútas...estávamos na baía de Las Hadas, inacreditável aquele complexo hoteleiro de Las Hadas, na nossa frente, nos convidando para um banho de piscina e este veleiro onde a partir de agora seria a nossa casa...sorri, coloquei biquini e segui para o cockpit. O Mané logicamente já estava acordado, se interando de todos os mecanismos que faziam aquela verdadeira nave funcionar. Levantamos âncora, seguimos motorando até chegarmos fora da baía, para então levantarmos vela, o vento era fraco............opa....acho que me empolguei e esqueci de contar como foi nossa estadia em Manzanillo, como poderia pular estes dias que também fizeram parte da história!

Como o Mané contou no último texto, ficamos num hostel em Manzanillo para espera do veleiro. Aproveitamos para descansar e conhecer um pouquinho desta cidade que não tem Mac Donald’s. Nunca fiz questão de comer um “Big Mac” na verdade eu estava querendo era fugir da pimenta que os mexicanos insistem em colocar em qualquer sólido ou líquido ingerível, acredita que até em bebidas eles usam só para dar um saborzinho a mais!!
Almoçamos peixe, arroz e frijoles...muito bom...num restaurante de frente para a praia Mira Mar, uma das mais badaladas da região...não muito bonita, o legal é que você nem precisa levar guarda sol e cadeiras, já existem na praia mega guarda sóis super coloridos...é só chegar e sentar!
Passamos a tarde no hostel, eu tomando banho de piscina e nos divertindo com nossos amigos viajantes super figuras, o bom é que nisto tudo eu poderia treinar meu inglês. O Mané ficou conversando com a turma, cada um com sua história, realmente é incrível como a vida se torna interessante quando se conhece novos lugares e novas pessoas.
No dia seguinte acordamos anciosos para checar o e-mail...será que a turma chegou!?!
Simmmmm!!!
“Let’s go party guys...we are in Manzanillo too, come on!!!”
Arrumamos nossas malas, ou melhor, nossas tralhas pegamos um táxi e seguimos para Las Hadas. A despedida do hostel foi emocionante, os viajantes falam a mesma língua!! Antes de partirmos tomamos o café da manhã, omelete com feijoada, o dono do hostel é canadense e fez questão de fazer um feijão bem temperado para o café da manhã!!!

Bom...chegamos em Las Hadas, fomos logo entrando no complexo hoteleiro, nos direcionando para a área da marina...uau!!! Agora com a luz do sol ficamos mais deslumbrados ainda com aquela estrutura de tirar o fôlego. Logo avistamos o veleiro...estava lá ele...
O Mane não se agüentou, tirou a camisa, pegou a prancha e saiu remando até o veleiro, eu fiquei no molhe....olhando, confesso que eu estava nervosa...tantos dias passaram-se pra chegar a este dia!!
De longe pude perceber que eles não estavam a bordo, o Mané voltou e fomos curtir um pouco daquela estrutura! Brincamos na piscina, usamos internet sem fio disponível do hotel, almoçamos, tiramos fotos, rimos, e.....eles chegaram, digamos não na melhor hora, pois estávamos almoçando, mas...já estava na hora de chegar!
Daí foi aquela diversão, cervezas, tequilas, margueritas, tacos e mais banho de piscina com um casal super gente boa da Nova Zelândia que estavam passando a lua de mel a bordo do veleiro e o Cameron, nosso capitão e amigo que ganhamos nas Marquesas, ano passado.
Já era hora de dormir...iríamos zarpar na manhã seguinte, capotamos naquela cama super macia...eu e Mane estávamos felizes demais!

Levantamos âncora, seguimos motorando até chegarmos fora da baía, para então levantarmos vela, o vento era fraco e devagar fomos ganhando milhas, piloto automático trabalhando e dale mais tequilaaaaaaaaaaaaa
Velejamos direto até Zihuatenejo, agora por mar, iríamos conhecer esta cidade onde passamos somente pela rodoviária anteriormente. Fizemos turno a noite, revezando com a turma, céu imensamente estrelado...mais não são muitas estrelas, são realmente muitíssimas estrelas, coisa que não se pode ver na cidade.
Chegamos em Zihuatenejo a noite, ancoramos na baía, fiquei olhando as luzes da cidade imaginando como ela seria...Mané que agora ganhou apelido de Manu’s fez uma bela de uma macarronada, capotamos.
Dia seguinte, é claro acordei e olhei pelas gaiútas pra ver se a cidade era como eu havia imaginado na noite anterior, não era...era maior...diferente...bonita.Tomamos um belo café da manhã, abaixamos o dingue e seguimos para a cidade. Muito charmosa, com um comércio forte, produtos de todos os tipos, inúmeros restaurantes, artesanato local e muuuitos turistas caminhando pelas ruas. Compramos peixe, atum...frutas, comemos uma quesadilha de pollo e decidimos zarpar para uma ilha próxima para mergulharmos.
Ancoramos de frente para uma das praias da ilha, estava lotada, afinal era sábado, pegamos nossas máscaras entramos no dingue e seguimos para uma área tranqüila para mergulho...eu e Mane pudemos estrear nossa nova máquina fotográfica a prova d´agua...lindo o mergulho, alguns corais, vários peixes, de vários tamanhos e cores, água na temperatura certa...delicioso!!!! Retornamos e agora era hora de sashimi de atum...eles diziam “hora feliz” e nós “happy hour”...Realmente tivemos mais um “nice day”
Os três querem aprender português, sempre repetem o que eu e o Mane conversamos, muito engraçado, pois para eles português era parecido com espanhol, agora eles tem certeza que uma não tem nada a ver com a outra, as vezes sai um “muito obrrrigado” bem enrrolado. São pessoas adoráveis, certeza que vai sair uma grande amizade!
Acordamos ainda na ilha do mergulho, Mané, Rysse e Cameron foram surfar numa praia do continente, eu e Denyse ficamos mergulhando, conversando “a lot” sobre a vida das brasileiras e a vida das newszelandezas.
Mais um “nice day”, levantamos âncora rumo a Acapulco.
Rafinha

Vídeo 3 - Nexpa a Manzanillo e embarcando



Mais um vídeo, desta vez da nossa saída de Rio Nexpa até Manzanillo, a Marina de Las Hadas e finalmente embarcando.
Obrigado especial ao Gustavo do Blog www.surf4ever.com.br, que está nos ajudando a manter o nosso Blog.
Valeu Gustavo!
Abraço a todos.
Manuel

Finalmente Embarcados

Após todas aquelas emoções, na saída do Hostel do Don, voltamos à Marina Las Hadas, desta vez sem ter que criar planos, sem ter que inventar histórias nem brincar de Missão Impossível. Já no meio da descida do morro que foi construído este maravilhoso empreendimento hoteleiro que é Las Hadas conseguimos ver nosso barco… lindo, imponente, ancorado na baía em frente a Marina, bem aonde eu fui procurá-lo naquela noite de aventura.
Descemos até a Marina e como ainda era cedo, resolvi ir até ele remando com a minha prancha para ver se a turma estava dormindo. Remada tranquila, água quente, mar azeite, aquele lindo barco como destino…. Cheguei perto… dei uma parada para analisar… não sabia se ria, se mergulhava, se remava em volta…. Era inacreditável que realmente era o Veleiro que será a nossa casa pelos próximos 3 meses…. Continuei a remada, cheguei até ele, dei uma volta dando umas batidinhas com os nós dos dedos no seu casco, para tentar acordar alguém que pudesse estar dormindo a bordo… ninguém respondeu… tinha uma escada pendurada borda a fora, com alguma dificuldade pela altura da borda livre, coloquei a prancha a bordo e depois consegui subir pela escada.
Dei uma volta pelo convés do barco tentando achar alguma gaiúta aberta, todas fechadas, bati na porta, ninguém respondeu… pensei… ok, eles devem ter dado uma saída, vou voltar e ficar com a Rafinha na Marina.
Voltei remando, encontrei a Rafinha sobre o molhe, meio braba comigo por ter subido a bordo, mas acho que era mais frustração por eles mais uma vez não estarem ali….nós dois estávamos nos remoendo por dentro na expectativa de finalmente embarcar, mesmo não falando sobre isto, estava claro para nós dois que não queríamos mais esperar.
Enquanto a Rafinha ficou num agradável gramado, fui até a área da piscina do Hotel para ver se eles estavam por ali, não os encontrei, mas achei uma piscina de cinema para relaxarmos e esperarmos eles.
Acho que foi a piscina mais estilo Magnata que já vi em toda a minha vida… ilha artificial com coqueiro e tudo, ponte, vários bares internos, cercada por um belíssimo hotel estilo Mediterrâneo… Mais uma vez nossa espera não seria das mais dolorosas… chamei a Rafinha que ficou de queixo caído e não exitou…. Foi logo entrando e curtindo aquela infra toda, que dificilmente conseguiríamos aproveitar se dependesse do nosso dinheiro.
Depois resolvemos achar um local com boa conexão de Internet, para fazermos o Upload do filme N2, pois sabíamos que iria levar um bom tempo para esta transferência, acabamos encontrando um agradável restaurante decorado com belas pinturas da Frida Kalo, ficamos por cerca de uma hora e meia na Internet, depois a fome bateu, pedimos um Macarrão a Carbonara e um a Bolonhesa, que eram as opções mais baratas, e, quando finalmente a comida foi servida, logo após minha terceira garfada, eles chegaram. Lei de Murphy, provavelmente se não tivéssemos com os pratos na nossa frente, eles levariam mais algumas horas para chegar.
Vi o Táxi passando, e com a boca cheia falei para a Rafinha... Eles chegaram!!! Saí tentando engolir rapidinho e fui encontrá-los.
Foi muito bom reencontrar o Cameron, uma pessoa que nos ajudou muito no ano passado, nas Marquesas, quando havíamos acabado de chegar após atravessar o Pacífico em uma viagem de 36 dias, 28 dias sem ver terra, sem falar o Francês, que é a lingua falada na Polinésia Francesa. Ele nos ajudou a achar uma casa, nos recebeu como um bom amigo, e lhe ajudei a construir um Leme para o pequeno Veleiro Lorabel, de 26 pés, que sua irmã havia cruzado o Pacífico desde o México, e que ele estava tentando resgatar após o pequeno mas valente Lorabel ter ido dar à praia em uma tempestade que atingiu a Baía de Taohay, quebrando seu leme. Ele precisava de apoio para arrumar o barco para poder levá-lo até o Tahiti, e nós precisávamos de apoio para conseguir passar uma semana até termos o vôo para o Tahiti, e depois para o Brasil. Assim nasceu uma amizade instantânea, como fruto da necessidade de ambos, mas que acabou indo bem além disto.
Ele é o Skipper, o Capitão responsável por este belo Veleiro que será nossa casa durante os próximos meses, e que pretendemos levar até o Panamá, obrigados por uma feliz cláusula no contrato do seguro, que diz que o Veleiro deve estar ao Sul de 9 graus Norte, ou seja, ao Sul da área de ocorrência de furacões, antes do dia 1* de junho, data em que oficialmente inicia a época dos furacões nesta região.
Ele estava acompanhado por um casal de amigos, que a 7 anos não se reencontravam, o Rhize,e a Denise, ele Newzelandês, ela da Eslovênia, recém casados, curtindo sua Lua de Mel a bordo. Eles três, mais eu e a Rafinha seremos a tripulação do Calm Day entre Mazanillo e Acapulco, aonde deveremos chegar até o dia 21, local em que o casal retorna à Nova Zelândia, e nós 3 seguiremos rumo Sul, até o Panamá, cruzando por águas da Guatemala, Honduras, El Salvador, Costa Rica, Nicarágua e Panamá.
Tanto o Cameron, quanto o Rhize são surfistas experientes, o que garante que teremos boas sessões de Surf pela frente.
Depois no reencontro ajudei a carregar as compras que eles haviam feito, Cerveja, Tequila e algumas frutas e verduras. Eles foram para o barco para descarregar e assim sobrar mais espaço para transportar nossas tralhas, e eu retornei ao Frida Kalo Café, para terminar meu Macarrão e reencontrar a Rafinha, que ficou comendo.
Após o almoço aproveitamos para ir até a sede da Marina Las Hadas para fazer a pesquisa solicitada pela ACATMAR, Ass. Catarinense de Marinas, depois fomos bater fotos de suas instalações, tentando fazer o melhor possível para captar todas as informações que possam ajudar Santa Catarina a ter instalações pelo menos similares a esta que encontramos por aqui.
Eles retornaram e fomos levar nossas tralhas até o Veleiro e finalmente o conhecemos por dentro, fomos apresentados ao nosso confortável camarote, estilo suíte, de extremo bom gosto, com uma cama de casal só para nós dois, armário para nossas roupas, ar condicionado independente, luz com regulagem de intensidade, banheiro com água pressurizada quente e fria e outros luxos mais que não temos nem no nosso apartamento. Sabíamos que era um Veleiro grande, confortável, mas realmente ficamos fascinados com o que encontramos.
Além da estrutura interna, o Veleiro possui todos os equipamentos fundamentais, todos os eletrônicos, todos os itens de segurança, muitos acessórios, velas novas, ou seja, tudo que iremos necessitar para fazer esta longa velejada em segurança e com muito conforto. Só para vocês terem uma idéia, levamos 1.000 litros de combustível e 2.000 litros de água, além de possuir dessalinizador, ou seja, tem autonomia para ir bem longe sem precisar de reabastecimentos.
Retornamos ao Hotel e fomos a outra piscina, menor do que aquelea que fomos pela manhã, mas com uma vista mais privilegiada, e com cerveja a um terço do preço do bar da outra.
Acabamos o dia cumprindo uma antiga tradição náutica, que prega a obrigatoriedade de ao se chegar e ao se sair de um Veleiro, a tripulação deve encher os Cornos. Não que fosse uma obrigação do Capitão, mas o Cameron realmente deu um banho na preparação de Margueritas, fazendo todo mundo curtir como velhos amigos que a longo tempo não se reencontram.
Finalmente tinha acabado uma etapa da viagem, maravilhosa sem dúvida, e outra que realmente promete, estava começando.
Agora só nos resta viver um dia de cada vez, tentando fazer com que hoje seja melhor que ontem, e assim sucessivamente.

Manuel Alves

Mais um adeus especial

Ficamos duas noites em Manzanillo, no Hostel Buffalo Don Bajo el Mismo Sol, realmente ficando mais lá do que em qualquer outro local. O Hostel ficava a aproximadamente 1 km da Praia de Miramar, importante destino turístico do México. Caminhamos até ela, e o que encontramos foi uma praia estilo Balneário Camboriú, sem os seus enormes edifícios a Beira-Mar, muita gente na praia e uma onda única, quebrando de lado a lado na sua praia de quase 4 km de extensão. Nada bom para o Surf, nada bom para relaxar na areia, aproveitamos para encontrar um restaurante com boa comida e bom preço para sairmos um pouco da rotina e realmente comer com qualidade e quantidade.
O resto do tempo acabamos ficando no Hostel, que tinha uma agradável piscina, com uma menor anexada estilo Jacuzy, que fez a alegria da Rafinha, que ficou de molho durante bastante tempo, talvez relaxando seus ossinhos em uma gravidade diferenciada, talvez só tentando fugir do inclemente calor Mexicano, mas, de qualquer forma, aproveitou bastante, só saiu quando a ponta de seus dedos já estavam enrrugados.
Eu passei bastante tempo conversando com o pessoal, especialmente com o Don, o Canadense proprietário do local e com o Steve, o Australiano que esta rodando as Américas com sua moto, duas pessoas com idades bem mais avançadas que a minha, com muito mais experiência de vida do que eu, e com um espírito realmente jovem. Foi maravilhoso poder conhecer suas histórias, suas opiniões sobre os mais variados assuntos, só não conversamos sobre política, trabalho, nem dinheiro. Apenas conversamos sobre a Vida e as coisas boas que ela nos proporciona. Não seria perfeito se pudesse ser sempre assim?
Aproveitei para acabar o filme do N2, que teve uma sessão de estréia realmente bacana, com a turma toda conferindo o resultado, brindado com uma rodada de cerveja.
É realmente incrível o quanto podemos ficar próximos de pessoas que nunca vimos antes em apenas dois ou três dias de convivência.
Na quarta feira, quando acordamos cedo e fomos até um Cybercafé para conferirmos se a turma já tinha chego, a notícia de que finalmente iríamos embarcar foi recebida com o coração dividido. Sem dúvida alguma, queríamos embarcar, velejar, continuar a viagem, mas já estávamos nos sentido totalmente em casa naquele agradável local, com aquele agradável grupo de pessoas .
Tomamos uma café da manhã reforçado, nos despedimos da turma, o Don estava visivelmente emocionado, como se estivesse se despedindo de um filho, ia e voltava, olhava, sorria, saía, voltava, numa destas, voltou com uma camisa da Cerveja Sol, preta, bacana, boa para usar em alguma ocasião especial, e me deu de presente. Ele não queria ver esta dupla indo embora. Chamamos um Táxi, que chegou inexplicavelmente rápido, como se estivesse assistindo toda aquela cena de cantinho. Não tinha outra alternativa… era a hora de embarcar. A turma toda ajudou a colocar as malas e pranchas no Táxi, quando, do nada, aparece o Australiano, correndo portão afora para nos dar um último abraço. Aquele Senhor em idade, porém mais jovem do que muitos dos presentes em espírito não queria nos deixar ir sem um último abraço. Deu um abraço apertado na Rafinha, depois um em mim, todos com os olhos carregados, dava para sentir algo especial no ar…. Olhei para ele, seus olhos estavam como uma piscina…Só consegui falar…. Man… just try to keep yourself in one piece…. Outro abraço apertado… entrei no Táxi amarradão, emocionado, aquelas pessoas realmente tocaram meu coração, comentei com a Rafinha minha alegria, ela estava sentindo o mesmo.
Obrigado eu Deus por criar curvas no nosso caminho, curvas que nos levam a este maravilhoso estado de espírito, nos faz crescer como pessoas, ver o mundo e nossas vidas por outra perspectiva.
Doze dias haviam se passado desde nossa partida do Brasil, nada, muito pouco para quem manteve sua rotina diária, baseada em semana de trabalho, fim de semana de diversão, mas para nós dois, doze dias foram suficientes para estarmos certos sobre o que realmente queremos, o que buscamos….
Quando recebemos o convite do Cameron para tripularmos Veleiro e ajudá-lo a levá-lo até o Panamá, acreditávamos que seria uma oportunidade única m nossas vidas. Ainda acreditamos nisto, mas nunca, jamais imaginávamos que este breve período que ficaríamos viajando em terra antes de embarcar seria tão intenso, tão marcante, tão fundamental para nosso auto conhecimento.
Estes doze dias me proporcionaram uma das maiores injeções de auto confiança e auto conhecimento que já provei em toda a minha vida. Mais uma vez….. Obrigado meu Deus!!!
Manuel Alves

sábado, 18 de abril de 2009

Estamos a velejar

Chegamos agora em Zihuantenejo, saímos de Las Hadas há 2 dias, já velejamos quase 200 milhas. Assim que tivermos mais tempo e intenet, atualizaremos nossos textos!!!
Obrigada por acompanhar nossa viagem!!

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Vídeo 2 - Surfando Rio Nexpa



Para os que estavam ansiosos para saber o que rolou nos seis dias que ficamos em Rio Nexpa, aí está o outro vídeo que editei.
Obrigado pela visita.
Abraços!

Ondas, Torta Cubana e Mega Iates

Acabamos ficando em Rio Nexpa, desistindo da possibilidade de conhecer e surfar La Ticla e Pascuales, duas excelentes ondas e belas parais, bem no meio do nosso caminho até Manzanillo.
Os dias passaram tranquilamente, o mar subiu mais um pouco, depois mais ainda e ficou Storm, mas acho que era mais pela direção da ondulação do que por falta de qualidade da bancada. Dormimos mais duas noites na barraca, na primeira, aconteceu o episódio do Terremoto que a Rafinha contou, e ela pode contar melhor, porque presenciou a cena desde o início. Eu estava deitado de lado sobre um cobertor, na barraca, sobre a areia, e ela de bruços, por isto sentiu a aproximação antes e me acordou.
Ele veio rolando, como uma manada desenfreada, passou por baixo da barraca e foi embora para o mar.
A Rafinha estava adrenalizada, me perguntou o que era e tentei falar no tom mais tranquilo possível… Terremoto…., logo depois o Bily gritou de dentro de sua casinha…. como se não fosse nada… Earthquake!!! Acho que ela ficou mais tranquila, mas foi uma experiência bem doida com certeza.
Foi o Terremoto mais intenso que já passei, os outros 2 nos Açores, eram mais acomodações secundárias após um Terremoto que matou 21 pessoas apenas 4 dias antes de chegarmos lá, em 1998. Sorte que este não era nada mais grave e nosso único risco era um Coco cair do coqueiro que estava atrás da nossa barraca.
Aproveitei para surfar bastante, curtir com a Rafinha, que estava super a vontade, se sentindo em casa, deu para editar os filmes, ver outros, conhecer melhor os mexicanos, ir à Internet, comer bem e aproveitar este belo local que é Rio Nexpa.
Recebemos um e-mail falando que deveríamos encontrar o barco em Manzanillo dia 13, o que nos deu mais uma noite e a oportunidade de voltar à nossa Mansão, retorno muito bem vindo, pois mesmo tendo comprado em Caleta de Campos, um cobertor grosso e um colchão de piscina (rosa) para a Rafinha dormir melhor, a vida na barraca estava sendo meio cansativa, principalmente pela falta de um bom lugar para a “Siesta” após o almoço.
Segunda acordamos e era o dia de dizer adeus a este lugar e a todas as pessoas boas que encontramos por aqui. Aproveitei para dar o último Surf, peguei umas 8 ondas, me despedi com uma maiorzinha, em mais uma manhã de ondas incríveis, um metrão e meio, com séries maiores, dei uma última olhada nas linhas perfeitas que rolavam bancada a baixo, agradeci a Deus por ter me dado esta oportunidade e voltei para ajudar a Rafinha a finalizar os preparativos para voltarmos à estrada.
Acabamos conseguindo sair apenas 13:20, um pouco tarde, pois sabíamos que seriam entre 5 e 6 horas em um ônibus pinga pinga, recolhendo tudo e todos pelo caminho.
Chegamos na estrada graças a uma carona do Cheyo, que se despediu emocionado, dizendo que gostou de nós e gostaria que voltássemos. Fique tranquilo Cheyo, você, sua famíla e sua fantástica onda estarão sempre em nossas melhores recordações. Quem sabe um dia realmente voltamos???!!!
Esperamos durante quase de 3 horas, no horário mais quente do dia, a Rafinha só tinha tomado café da manhã, eu nem café tinha tomado, e, quando finalmente o ônibus chegou, o “Chofer” me falou que chegaríamos em Manzanillo depois das 9 da noite, realmente tarde, já que o sol se põe aqui às 8 e meia.
O problema seria encontrar o barco, que é azul, no meio da noite, em uma baía que eu não conhecia.
No meio do caminho paramos em Tecomã, e tentei ligar para o Cameron, no celular dele e no telefone via satélite do barco, mas não consegui contato. Fiquei bastante preocupado pois sabia que não seria legal chegar em Manzanillo, uma cidade bem maior que Balneário Camboriú a noite, ter que achar o barco sem ter feito contato, sem exatamente saber aonde esta, sem poder conhecer ninguém de outro veleiro ou lancha com um VHF para tentar achar ele via rádio, e carregando todas nossas tralhas.
Enquanto isto a Rafinha conversava com uma jovem mexicana que mora em Manzanillo tentando tirar algumas informações que pudessem nos ajudar. Tentei pensar positivo, criei um plano: Iríamos chegar lá, eu iria entrar na Marina, rodar ela toda e checar se o barco estava docado, se não estivesse eu poderia conferir de cima de seu molhe de pedras se o barco estava na baía, se o achasse iria pegar minha prancha e remar até ele, encontrar a turma, pegar o inflável e voltar para resgatar a Rafinha e as tralhas.
Durante as duas horas que se seguiram eu estava angustiado, tentando segurar o Sol com a força do pensamento e criar retas entre as intermináveis curvas. Acabou anoitecendo e eu repetindo passo a passo o meu plano como um mantra, tentando não pensar na dificuldade que teria em entrar na marina, rodar ela toda, subir nas pedras, pular na água com a minha prancha, remar entre os barcos no meio da noite e não levar um tiro, fazendo tudo acontecer como um filme de Hollywood, mas acreditava sinceramente que eu conseguiria.
Chegamos, os dois querendo comer no Mac Donald´s (primeira vez em nove anos juntos que a vontade era de ambos), talvez incentivados pela promoção do N1 por 2 dólares, pegamos um táxi e fomos informados que não existe Mac Donald´s por aqui, então pedimos uma indicação e acabamos comendo uma Torta Cubana, mais conhecido por aí como X Calabresa com Galinha, sem alface, sem tomate, com queijo dobrado e seguimos meu plano.
Chegamos na Marina de Las Hadas, que na verdade é um Mega empreendimento hoteleiro, chique no úrtimo, tipo um Costão do Santinho melhorado, mais bem localizado e com uma arquitetura mais exótica, lembrando bem aquelas casinhas nos morros de Santorini.
Chegamos próximos à primeira portaria, reforcei o Jimo Cupim e preparei a Cara de Pau, tentando chegar como se fosse normal estar ali às 10 e meia da noite, com as pranchas no meio do carro, de bermuda e chinelos, atrás de um veleiro qualquer.
-Donde quieren ir?
-A la Marina, saiu bem natural, ele olhou meio na dúvida, mandei em cima…
-Venimos a buscar el Velero Calm Day que está aí!
Ele acreditou e abriu a cancela, entramos, acabamos passando por mais duas, com policiais mais amistosos, chegando na Marina.
Fase um completa!
Deixamos as tralhas de cantinho, para evitar a possibilidade de encontrarmos algum Milionário Cleptomaníaco, fiquei comendo e a Rafinha foi tentar mais uma vez contato por telefone, não conseguiu. Depois ela ficou comendo em um lugar bacana, aonde estava discreta mas confortável e em segurança, terminando seu X-Cubano e parti para a Fase 2.
Felizmente esta Marina não tem portões com cartão magnético, como nos Açores, e entrei tranquilamente para corredor flutuante cotado por cabos de todos os diâmetros, que seguravam veleiros de até 70 pés e Iates do mesmo porte, maravilhosos, diga-se de passagem, pulando sobre uns e por baixo de outros, alguns grossos como um braço.
Parecia fácil, afinal procurava um veleiro grande, mastro grande, mas tinham vários assim.
Rodei a Marina toda entre cabos e Maravilhas flutuantes, alguns com Neon azul para iluminar seu fundo, iluminando uns peixinhos e dando um realce no cenário. Nada do Veleiro.
Consegui passar a Fase 2 sem problemas, apenas tendo que cumprimentar um guarda que passou meio apressado, felizmente sua pressa não era pela minha presença.
Segui até a área de manutenção da Marina, próximo ao seu Molhe de pedras, fiquei amarradão de finalmente estar entre barcos mais uma vez, vendo eles ali, lindos, alguns em manutenção, ao alcance das minhas mãos, mas lembrei que ainda faltava encontrar o Veleiro para poder seguir nossa viagem.
Rapidinho escolhi o caminho mais tranquilo entre as pedras, e quando me preparava para subir no meio da sombra, vi um veleiro bem grande, na sombra não conseguia ver sua cor, seu perfil era muito parecido com o que eu procurava, ele manobrava saindo da Marina, indo embora, talvez se eu gritasse eles pudessem me ouvir, lembrei do barulho do motor, lembrei do guarda apressado, e vi que não poderia fazer escândalo por ali.
Felizmente o Veleiro saiu das sombras e pude ver seu casco, era branco, não era o que eu procurava.
Voltei, peguei a Rafinha e saímos para ela poder presenciar aquela cena toda. Ela caminhou maravilhada entre aquelas Naves que dançavam lado a lado ao sabor da ondulação sem se tocarem, encontramos alguns marinheiros voltando da janta, pedimos para eles tentarem fazer contato via Rádio, tentaram 3 vezes, nenhuma resposta, foi o bastante para sabermos que eles ainda não tinham chego em Manzanillo.
Voltamos para nossas tralhas, a Rafinha foi perguntar se tinha Internet, naturalmente tinha WiiFi aberta e de alta qualidade, entramos no site do único Hostel daqui, que já tinha visto pela Internet ainda no Brasil, liguei para ver se tinha vagas, tinha.
Valeu a pena ter pensado previamente num Plano B.
Chegamos ao Hostel, acabamos em um belo quarto com 3 camas de casal, chuveiro quente e com pressão, e pudemos descansar deste longo dia.
Tínhamos cumprido nossa missão, chegamos no dia certo, no local certo, agora só nos restava esperar.
Enquanto a Rafinha tomava banho fui conferir os parceiros de Hostel, um Holandês de 17 anos fazendo trabalho voluntário, um Francês procurando qualquer trabalho que lhe de algum dinheiro, um Americano com sua namorada, um jovem Australiano de uns 50 para 60 anos, que fez toda a América do Sul em um ano e meio em sua moto, conhecendo Floripa, Ilhabela e Paraty, depois Paraguay, todo o Chile desde Ushuaya, e está subindo rumo norte, levando mais de dois anos e meio montado na sua possante moto BMW, além do Don, um Canadense figuraço de uns 50 e alguns anos, casado com a Laurie, magrinha como a Rafinha, que juntos administram este agradável lugar.
Ele me apresentou as regras da casa:
N1: Esta é a Geladeira da Cerveja
N2: Este é o livro que você tem que colocar seu nome e anotar suas cervejas.
Ouvindo as histórias de cada um, sentado em baixo de uma Palapa coberta por uma bela palha dourada, do lado da Geladeira, com um telão passando um musical exótico, estilo Cirque de Soleil, olhando para a piscina, cheguei a conclusão que não vai ser uma espera muito dolorosa.
Mas que passe rápido!

Manuel Alves

sábado, 11 de abril de 2009

Primeiro vídeo da viagem!



Este é o primeiro vídeo para vocés curtirem a nossa viagem até Rio Nexpa, através de fotos selecionadas e editadas pelo Mané.

beijosss

Relaxando em Rio Nexpa

Quando chegamos em Rio Nexpa e vi aquele vilarejo encravado nas areias pretas da praia me senti num filme de "faroeste", um visual muito diferente do nosso litotal de vegetação de Mata Atlantica, uma praia aberta para o mar, sem costões, sem vegetação, somente cactos e coqueiros, com bungalows na beira da praia com a palha seca da cobertura caindo até o chão....seixos de pedras, que fazem um enorme barulho com o vai e vém das ondas. Uma beleza diferente, que vale a pena conhecer.
Nosso bungalow também tinha cobertura de palha seca, uma casa aconchegante que tanto nos acolheu até a hora de sermos "expulsos" dela, já que estavam todas reservadas para o feriadão de Páscoa. Daí pensamos e agora? Será que seguimos a viagem até La Ticla ou Pascuales, que são outras praias que faziam parte do roteiro até Manzanillo, onde iríamos embarcar no veleiro dia 13. Tentamos fazer contatos com as pousadas e nada...então decidimos ficar em Rio Nexpa mesmo, em barraca, pelo menos estaríamos num lugar seguro e já conhecedores dos melhores restaurantes e melhores ondas.
Pensei comigo...ta, tudo bem dormir em barraca, seriam só por 2 ou 3 dias mesmo, já que embarcamos numa aventura, então vamos fazer aventura!!!!Com responsabilidade é claro, ehehehehe.

Na tarde de ontem, eu fiquei desfrutando do nosso bungalow enquanto o Mané foi testar as ondas...chegou com o sorriso na orelha, feliz demais com as altas ondas que pegou, fiquei feliz por ele..., mas hoje...ele chegou mais feliz que ontem, eu devia na hora ter filmado a descrição das ondas que ele fez através de mimicas....parecia que eu estava vendo ele na onda...e vi mesmo...estava no restaurante quando vi dois pontinhos lá longe...além dos outros surfistas e pensei comigo: só o que faltava ser o Mané, sendo levado pela corrente...fiquei preocupada...quando vi surgindo uma ooondaaaa...daquelas enormes e perfeita e vi aquele pontinho remando e pegando ela...ahhhhh...agora entendi o posicionamento estratégico...era pra pegar a maior das séries...e era o Mané sim...fiquei orgulhosa depois de saber que aquela onda que ele estava descrevendo através de mímicas era bem esta que eu havia visto!!

Esta noite que passou foi inesquecível....ehehehehe....incrível....acho que eram umas 4 da madrugada, eu estava dormindo de barriga para baixo e de repente um tremor na terra vindo de longe, do continente, parecia uma cavalaria se aproximando...de repente começou a aumentar e a tremer tudo...abri os olhos e a barraquinha estava tremendo e o meu corpo também....eu senti o tremor passando por de baixo da terra...indo para o mar...falei:olha, olha Mané...o que é isso??? Ele falou: terremoto.
Nossaaaaa, foi incrível mesmo!!! Depois logo cedo todo mundo comentando, foi um terremoto de 4 graus, que loucura, depois disto achei um máximo estarmos dormindo na barraca!

Assim segue nossos dias aqui em Rio Nexpa, hoje entrei no mar de prancha com o Mané, só para tomar um banho...almoçamos um peixinho frito, desta vez ela não colocou pimenta, porque vínhamos sofrendo com as pitadinhas que nos deixava sem ar...pra que botóx no lábios...dale pimenta que funciona!

Amanhã é Páscoa!!! Deixo aqui uma feliz Páscoa a todos nossos familiares e amigos que estão nos acompanhando!!

Sortudo do Dia em Rio Nexpa

Fazem 4 dias que chegamos a este vilarejo que vive e respira surf.
O nome da praia deriva do Rio Nexpa, que atualmente, por estarmos no fim da época de seca , tranformou-se numa bela lagoa, boa para banhos (sem crocodilos, que são comuns mais ao sul), e que nos tem presenteado com belos visuais da lua nascendo gigante e avermelhada refletida em suas águas.
Nos anos 60 um grupo de americanos encontrou a onda perfeita que quebra em frente a boca do Rio Nexpa, que formou uma bancada de seixos grandes, em forma de semi círculo, iniciando assim sua fama mundial.
Ao longo desta bancada quebra uma onda perfeita por até 5 sessões diferentes, que fazem a alegria dos surfistas que visitam o Pueblo todos os anos. Uma onda da primeira a última sessão percorre uns 900 metros e leva uns 50 segundos, certamente 50 segundos inesquecíveis em quem teve a sorte de surfar.
Chegamos e tivemos a oportunidade de encontrar o Cheyo, morador da comunidade desde que nasceu, a quase 60 anos, e que atualmente possui algumas cabanas e quartos para alugar, além de um restaurante de frente para o mar.
Alugamos um Bungalow modesto mas muito confortável, com boa privacidade, que foi nossa casa por quase 3 dias.
Ao chegarmos, fomos avisados que não poderíamos ficar todos os dias até domingo, quando iríamos para Manzanillo, mais ao norte, para finalmente embarcar, mas Cheyo nos falou que teria uma barraca para nos emprestar caso fosse necessário
Ontem, assim como no Brasil, o litoral foi invadido por milhares de Mexicanos querendo relaxar em suas belas praias, e Rio Nexpa não fugiu a regra. Centenas de barracas “brotaram” da noite para o dia, cada qual com seu aparelho de som, numa competição informal, todos tentando mostrar que sua música é mais bacana, e náos tendo a certeza que Música de Corno existe no mundo todo.
A barraca acabou sendo necessário. Cheyo já possuía reservas para todos seus quartos, assim como toda a vila, que está com 110% de ocupação e ainda tem gente chegando, assim nos mudamos para a menor barraca da redondeza, mas muito parecida com a que eu passei dois verões na Ponta das Canas.
Montamos nossa nova casinha em baixo do último telhado que sobrou, em frente a lavanderia, e estamos cerados por famílias de mexicanos curtindo o feriadão. A praia está muito parecida com o Farol de Santa Marta nesta mesma época, com pessoas acampando na areia da praia, restaurantes lotados, e uma pequena multidão desfila tranquilamente pela sua “avenida” de 300 metros de extensão, aonde temos a oportunidade de apreciar toda a variedade deste povo.
Durante os últimos dias aproveitamos para descansar bastante, comer bem, relaxar, conhecer pessoas de vários lugares do mundo, e surfar bastante.
A Rafinha já deu seu primeiro banho nas águas do Pacífico, pegou duas ondas, surfou direitinho na prancha nova, na 6´8´´, e trouxe ela inteirinha, ingnorando o fundo de pedras. A Magrinha nestes 9 anos de convívio tem me surpreendido bastante pela atitude e vontade de viver . Ontem não foi diferente, fomos surfar juntos, mas quando chegamos em frente ao canal vi que o mar tinha ganho bastante pressao, já estava com uns dois metros na série na primeira sessão, e no inside, aonde eu imaginava que ela poderia surfar, passavam umas de um metro e meio varrendo os surfistas menos experientes que ficam treinando em uma área mais profunda e mais segura. Eu olhando desconfiado para um quebra coco pior do que o da Praia Mole em dia de ressaca, remexendo pedras de uns 30 centímetros e ela na pilha…. Olha…que onda linda…. Eu vou surfar em Rio Nexpa… e eu ficando com uma dor no coração em cortar as asinhas dela. Eu queria muito ver ela lá surfando comigo nestas ondas de sonho, mas era demais para ela, e a consequência podia ser não muito bacana.
Ao chegarmos no local para entrar, falei para ela que estava meio perigoso e que seria melhor ela esperar para ver se com a maré cheia ficava mais tranquilo para ela surfar, ela ainda olhava na pilha para o mar, mas entendeu. Entrei no mar, surfei um tempo na terceira sessão para ela poder fazer umas filmagens da areia, depois fui lá para fora, peguei umas boas, e saí do mar, para encontrá-la na areia.
Saí e mandei, meio por desencargo, tentando me livrar da culpa de ter frustrado as expectativas dela… E aí Lela, quer tentar pegar umas? Ela nem pensou… já foi pegando a prancha e falando…. É, acho que vou ali tentar sim…. Só deu tempo de pegar a máquina fotográfica e ela já estava chegando na beira da água…. Tive que correr para explicar para ela por onde entrar, mostrar a corrente, mostrar o quebra coco, falar sobre a pouca profundidade e mandar um boa sorte…. Ela ainda olhou para mim com cara de criança que sabe que vai fazer besteira mas mesmo assim vai e faz, e entrou no mar.
A danada conseguiu pegar duas, não foi para o fundo, surfou dois espumeiros, ficou em pé, curtiu, sorriu para a foto e saiu amarradona. Resultado da brincadeira: Eu reavaliando meus conceitos sobre ela e ela tendo que tirar uns 3 ou 4 picos de ouriço dos dedos dos pés. Amanhã ela falou que quer mais!
Eu até agora dei 5 banhos, o mais longo hoje, quase 2 horas, o pior foi logo quando chegamos, que tinha um meio metrão meio estranho, depois só melhorou. Os 3 últimos foram um melhor que o outro, ontem surfei altas, uma da segunda sessão até o inside, uns 700 metros abaixo e a Rafinha se divertiu bastante com minha felicidade ao sair da água.
Hoje acordamos meio tortos por ter que dormir na barraca sem colchão, fui olhar o mar e estava bem desorientado, com ondas desencontradas, desencanei do surf, a Rafinha acordou meio dolorida, e acabamos achando uma boa idéia tentar ir mais ao norte, talvez La Ticla, talvez Pascuales, ambas ondas de qualidade, no meio do nosso caminho a Manzanillo, aonde ficamos sabendo que só teremos que chegar no dia 13.
A idéia era tentar conseguir algum quarto ainda disponível a preço acessível em uma destas duas praias e não ter que dormir mais duas noites na barraca. O problema é que em Rio Nexpa não tem telefone público e os “hotéis” destas praias não trabalham na era da Internet. Conseguimos emprestado o telefone do Cheyo, pegamos o único telefone que achamos em La Ticla, mas fui atendido por uma máquina de Fax. Sem solução, pois não poderíamos pegar todas nossas tralhas, computadores, máquina fotográfica, dinheiro, pranchas, e nossa integridade física e sair andando sem saber aonde iremos dormir. Nunca tinha viajado assim, já tinha estado mais carregado, mas agora tínhamoscom muito valor em jogo…mas tudo se aprende. Achamos melhor não trocar o certo pelo duvidoso.
Acabamos ficando, a Rafinha relaxando na rede, lendo e eu, em uma mesa apoiada na entrada da lavanderia, plugado na tomada da máquina de lavar, tentando editar um filminho para vocês curtirem pelo YouTube, quando o computador trava, perco tudo e levanto indignado. Passa por mim um californiano boa praça, o Bily, vulgo Memo, de 51 anos de idade que ainda pega boas ondas, me olha com aquela cara e ri… eu mando… Computer Sucks!!! Ele ri mais ainda, dou mais uns 5 passos para tirar do campo de visão a barraca gigante em que dormem uns 8 mexicanos, que foi montada bem no meio da nossa vista para o pico e vejo, no meio da tarde, como por milagre, por causa do vento norte que teima em soprar todas as tardes, ONDAS, ONDAS PERFEITAS….sem vento, uma raridade, sem crowd, mais raro ainda nesta época.
Voltei no mesmo pé, mandei para o Bily… Yo man let´s go SURF!!! Ele foi saiu desconfiado da casinha de cachorro que sobrou para ele depois da invasão, e foi checar se era brincadeira minha ou se era alucinação mesmo, voltou mais rápido que eu.
Só deu tempo de pegar a 6´8´´, dar um reforço na parafina, um beijo na Patroa e sair atrás do Bily que já ia pulando de sombra em sombra tentando não tostar os pés na areia preta aquecida por uns 36 graus de sol mexicano.
Fomos para a água, entramos pelo canal, mamata gigantesca, mesmo com as séries maiores passando dos 2 metros. Umas 10 pessoas na água, ninguém no pico mais de fora, aonde as maiores armavam e vinham enrroscando perfeitas até o inside, nem pensamos, fomos direto para lá.
Mesmo com a 6´8´´ foi difícil acompanhar o Californiano, que em uma prancha larga estilo bolachão anos 80, fazia render suas remadas com mais de 50 anos de experiência, vários deles ali naquelas ondas mesmo.
Levamos um bom tempo até chegar no pico, ficamos só os dois, sem vento, água quente, ondas maravilhosas.
Deixei a prioridade para ele que abriu bem a sessão, com uma esquerda média até a terceira sessão. Vim na detrás, um pouco maior, mas não passei a segunda sessão.
Seguimos nos revezando por uma meia hora, até chegar mais um cara, os dois se conheciam, fiquei mais de canto, eles se posicionaram mais para fora, eu ligado, marcando o pico, usando de referência um coqueiro no meio da lagoa e a ponta do morro ao norte, quando vi uma série maior pulsando mais ao sul, a caminho.
Assobiei para os dois que estavam conversando e eles viram a série e começaram a remar para o fundo, chega a primeira onda, grandona, estava mais para eles, o amigo faz que vai mais não vai, Bily continua para o fundo e eu resolvo parar, achei que a onda de trás ia quebrar mais em baixo e esperei para ver. Quando a primeira finalmente passou por mim, vi o Billy, uns 50 metros a minha esquerda, remando para uma parede verde, e a onda passando por ele, vindo em minha direção, só deu tempo de pensar… é minha, virar a prancha, ouvir o Bily mandando GO Buddy!!!, remar forte e botar para baixo. Dropzão, cavada gigante, uma rasgada meio passada dando a volta na esquina e cheguei na segunda sessão, aonde eu sabia que seria mais difícil passar pois normalmente fecha uns 50 metros na sua frente, por isto já vinha embalando desde o drop, acertei a base o melhor que pude, joelho de trás para dentro, o da frente para frente, peito de frente para o bico da prancha, força para frente, e fui acelerando e ela armando, parando, crescendo, eu acelerando e pensando vai dar… vai dar… no canto do olho a onda começando a quebrar, no meio da imagem aquela parede lisa, gigante., verde, duas surfistas tentando entrar no rabo da onda e eu passando a sessão, a espuma bate nas costas, tenta tirar a prancha dos pés, seguro como posso, passo a seção, cavo e subo reto na cara das meninas, rasgadão, ducha nas gringas, mais um cavadão, outra rasgada, entro acelerado na terceira sessão, mando um Uhey, para uns 4 no rabo da onda, ela arma mais uma vez, a prancha vira fácil na onda lisa, mais água para o ar, acelero, mais um viradão depois da esquina, a espuma vem, volto para a parede, ele arma, acho que vai rodar, não roda, mais uma turma na quarta sessão, mais duas manobras, ligadas por uma cavada estilo garçom do Pegorini, mais um passadão e chego no inside com as pernas moles, sorriso na orelha, ainda sai mais uma com força, depois não tenho mais pernas, não consigo segurar o sorriso, gestos ao ar, alegria.
Nos quase 10 minutos que levei para voltar remando contra a corrente, revivi cada momento destes 50 segundos por uma dúzia de vezes, segundos que definitivamente estão marcados na minha memória, vez ou outra comentando com algum surfista que viu de camarote aquela maravilhosa onda com este sortudo do dia, que teve a capacidade de não fazer nenhuma besteira e surfou ela todinha.
A Rafinha se divertiu mais ainda, rindo fascinada quando eu cheguei, mais de uma hora depois de surfar esta onda, mesmo tendo surfado mais duas ondas por toda a extensão, mais empolgado que o Vermute (para quem não o conhece imagina uma criança na manhã de Natal), refazendo na areia os movimentos e sons desta onda inesquecível. Ela viu a onda todinha sentada no restaurante do Cheyo.
Demos mais uma volta no Pueblo para tentar encontrar um quarto ou um colchão para alugar, não conseguimos nem um nem outro. Vamos ter que nos contentar com a capa da prancha, mas já fazem mais de duas horas que a Rafinha está dormindo como um anjo, só acordou uma vez para comentar que estava curtindo a sonzeira eletrônica que vem da beira da praia. E lá em casa reclama da televisão na sala!
Mais um dia maravilhoso chega ao fim.
Amanhã tentaremos mais uma vez contato com La Ticla ou Pascuales, está chegando a hora de deixar estas ondas para os próximos sortudos da vez.

Manuel Alves

quinta-feira, 9 de abril de 2009

É preciso ter Fé!

Após mais uma noite no Hostel Amigo, acordamos logo cedo, mas com bastante preguiça.
Sem pressa, aproveitamos nossa manhâ para usar a internet e, lentamente, iniciamos os preparativos para continuarmos a viagem.
Era hora de partir para o litoral e deixar para trás esta Megalópole de 25 milhôes de habitantes, que muito bem nos recebeu . Cidade do México realmente foi uma ótima parada.
Ao nos informarmos sobre como seguir até a Estacíón de Camiones, como eles chamam a Rodoviária local, tínhamos que escolher o caminho a seguir.
Definir o caminho é obrigação natural de qualquer viajante, no Brasil havíamos planejado descer o da Cidade do México até Lázaro Cardenas, uma cidade portuária no litoral central, pertencente ao estado de Michoacán, vizinha ao famoso balneário de Zihuantenejo, que pertence ao estado de Guerrero, 80 km dividem estas duas cidades, parece pouco, mas o suficiente para complicar nossa decisão ao estar aqui e ter que conseguir a passagens.
Não imaginávamos que a Semana Santa aqui representa uma feriado de uma semana para todos os Mexicanos criando um movimento gigante em direção ao litoral.
Também não sabíamos que a Cidade do México possui 4 Rodoviárias, e que para cada destino existe a sua respectiva.
Acabamos escolhendo a que nos dava mais alternativas, chamamos um táxi pelo hostel e começamos a torcer para tudo dar certo.
Nosso maior problema seria não encontrar as passagens para o mesmo dia, ou encontrar uma que chegasse no meio da noite no meio do nada, coisa comum por aqui, qualquer uma das duas alternativas nos obrigaria a voltar para o hostel e continuar parados, com um dia a menos antes de embarcar, um dia a menos sem relaxar em Rio Nexpa, nosso próximo destino, e ainda seria uma opção relativamente cara.
Mais uma vez tive que pagar uma propina por causa das pranchas no táxi, mas foi legal ver a cara de surpresa do motorista quando as duas entraram como uma luva ente os bancos, enquanto o trânsito buzinava incomodado com este brasileiro folgado que trancava a rua.
Chegamos ao Terminal Tecomán ao meio dia, estava como entrada de estádio em dia de final.
Primeiro guichê… Lázaro Cardenas - Solo Mañana… Zihuantenejo - Solo Mañana
Segundo guichê…Lázaro Cardenas - No hay… Zihuantenejo - Solo Mañana
No terceiro e último fui decidido, a Rafinha diz que cruzou os dedos e botou aquela fé… Fui seco na tiazinha, falei para ela: Buenas tardes Señorita…. A tiazinha, ainda bem vaidosa apesar da avançada idade, toda elegante no seu modelito P13, com as bochechas rosadas, se abriu e mandou: Hola, en que puedo te ayudar mi amor? Assim, para resumir, acabamos comprando as duas últimas passagens do dia para Zihuantenejo, nossa alternativa número 2 do programa idealizado no Brasil, mas direto na conexão para Lázaro Cardenas, que teria a conexão para Caleta de Campos e que finalmente teria a última conexão para Rio Nexpa, aonde imaginávamos chegar até o fim do dia de hoje. Imaginávamos, pois apenas sabíamos que sairíamos da Cidade do México às 23:15hs, e que chegaríamos supostamente às 08:00hs em Zihuantenejo, depois dali iríamos depender de ônibus municipais, que movimentam a comunidade local entre os Pueblos. Era o legítimo Pinga Pinga à Mexicana.
Primeiro desafio cumprido… passagens compradas, mas e agora? Era apenas uma da tarde, o que fazer até as 11 da noite?
Decidimos voltar ao centro histórico e conhecer mais um grupo de Pirâmides Astecas. Colocamos as malas e pranchas num guarda volumes e pegamos um ônibus por apenas R$ 0,40 (centavos) e em 45 minutos estávamos chegando ao Complexo de Thlatelolco, mais um centro cerimonial com uma pirâmide principal e 8 altares secundários para sacrifícios humanos.
Três coisas nos chamaram a atenção neste ponto histórico.
A primeira foi a quantidade de sangue humano oferecido aos deuses pelos Astecas, apenas em um dos alteres secundários foram encontrados 175 crânios. Diz a lenda que eles arrancavam o coração e depois decapitavam os escravos de guerra. Cada vez que rolava alguma seca mais intensa, o sangue rolava por aquelas escadas.
A segunda foi a determinação da Igreja Católica da Espanha em meados do séc XVI, em não apenas destruir os centros de adoração religiosa asteca, mas ir além, construindo enormes igrejas sobre os mesmos, utilizando as próprias pedras dos templos. Aqui não era diferente, sobre as ruínas de um templo gigantesco, foi erguida ao longo de 80 anos a Igreja de Santiago, iniciada em 1586, tempo relativamente curto em comparação à Catedral da Virgem de Guadalupe que havíamos conhecido no dia anterior, que levou 200 anos. Igreja maravilhosa sem dúvida alguma, magicamente iluminada por falsos vitrais, pois não eram de vidro, eram de algum tipo de pedra azul, cortada bem fininha, que dava um banho de azul celeste em todo seu interior. O material necessário para sua construção consumiu grande parte da principal pirâmide, que possuía mais de 40 metros de altura e hoje restam menos de 20.
E a terceira foi como estes centros históricos foram em sua grande maioria engolidos pelos prédios e avenidas da Cidade do México, prédios muitas vezes de pobre arquitetura, construídos a literalmente poucos metros destes monumentos da história do mundo.
Voltamos ao centro histórico, mandamos um Big Mac na promoção do dia e voltamos bem cansados no fim da tarde, após passarmos no paraguaizinho local e conseguir os últimos materias que iríamos precisar, chegando ainda com algumas horas de espera para nosso ônibus.
Hora do embarque… agora era ter fé e tocar a barca.
Chegamos às 07:56 da manhã no galpão cheio de pombas vietnamitas no telhado, que parece que se esforçavam bastante para acertar os poucos bancos da Estacíón de Camiones de Zihuantenejo, e milagrosamente pegamos um ônibus às 08:25hs para Lázaro Cardenas, num ônibus antigo, cheio de nativos iniciando uma verdadeira imersão na cultura local, finalmente voltando a ver o Pacífico e em 2 horas aproximadamente chegamos a Lázaro Cardenas. Descemos do ônibus e percorremos duas quadras como dois aliens no meio de uma cidade meio velho oeste, meio Mad Max, até o Terminal de Buses Locales, que fazia a rodoviária de Tijucas parecer o Terminal Tietê em São Paulo e em menos de meio minuto, antes que a Rafinha pudesse se dar conta de onde estava se metendo, pulamos para dentro de um micro ônibus do tempo do Pacho Villa. Quando ela se deu conta ficou de cara, realmente estávamos numa espiral negativa, testando nossa paciência e limite físico em ônibus atrás de ônibus, um pior que o outro, e piorando.
Aos poucos ela foi relaxando, mas era claro que ambos estávamos sentindo o excesso de tempo sentados em aviôes e ônibus, mesmo assim acabamos curtindo bastante o caminho, ladeado por plantações de coqueiros e mangueiras, com alguns belos visuais do litoral mexicano.
Na metade do caminho trocamos de ônibus, este um pouco maior, mas com interior ainda mais sofrível, dava para sentir na pele a palha que recheava os bancos, encostar-se nas laterais era garantia de levar um pouco da poeira de Michoacán de lembrança, mas o visual compensava. Ondas, finalmente eu via ONDAS!
Praia após praia fomos seguindo por um maravilhoso litoral e por volta do meio dia chegamos à Caleta de Campos, o maior Pueblo nas proximidades de Rio Nexpa, maior mas bem pequeno, bem menor que a Ponta das Canas. Descemos do ônibus e negociamos outro táxi, achei meio caro os 4 dólares que o taxista insistia em cobrar e acabamos convidando uma menina mexicana que também iria a Nexpa para dividir o Táxi. Deu certo.
Chegamos em Rio Nexpa, alugamos uma bungalow roots, com duas camas de casal e banheiro privativo, a 15 passos da areia a praia, a Rafinha comeu um belo filé de peixe na manteiga e eu não resisti e fui surfar e mesmo com o vento lateral que prejudicava um pouco a formação das ondas que tinham entre meio e um metro, consegui pegar algumas ondas, duas boas, dividindo o pico com apenas um coroa da Califórnia que já vem aqui a mais de 10 anos.
Dormimos no fim de tarde na nossa mansão de tábuas tortas, teto de palha, em que o chuveiro é apenas um cano enferrujado saindo da parede, extremamente felizes.
Nossa fé venceu todas as dificuldades!
Um dia ouvi que uma pessoa não é rico pelo que tem, mas pelo que lhe falta.
Agora, aqui, sentado dentro deste quarto simples, de paredes caiadas, ouvindo as ondas, vendo as sombras de uma linda lua cheia, ao lado desta maravilhosa parceira, minha incansável esposa, minha alma gêmea, que me ama e apóia e que eu amo sinceramente, depois de massacar nossa mente, corpo e alma, entre ônibus, churrasco com a família, avião, mais avião, táxi, hostel, tequila, pirâmides, templos, igrejas, ônibus, ônibus, mais um ônibus, táxi…depois de ter percorrido uma longa jornada e sentir o real prazer de chegar neste pequeno paraíso em que o tempo parou e as ondas não param, tenho uma certeza tão clara como nunca antes…
ESTOU MAIS RICO QUE NUNCA!!!
Obrigado meu Deus!!!
Manezera

Pinga Pinga a la mexicana

Saímos numa segunda feira da Cidade do México, deixando pra trás aquele sistema frenético de milhões de pessoas que andam pra lá e pra cá em busca do depois de amanhã, mas antes, aproveitando o tempo que nos sobrara até a partida para a cidade de Zihuantenejo fomos visitar a Praça das Três Culturas, outra ruína asteca, muito bem conservada e muito grandiosa...imaginar que estávamos em cima de uma pequena, mas muito pequena parte de um templo que um dia representou um grande império.
Como uma boa manezinha da ilha, eu já queria sair da cidade grande, estava anciosa para seguir em frente, para em fim ver o mar do Pacífico.
Então pegamos o ônibus às 23:15 horas para a cidade de Zihuantenejo, foi difícil decorar este nome, agora ele sai naturalmente...é que os nomes das cidade são quase todos de origem asteca, então as vezes dá um nó e as letras saem invertidas...mas continuando...de Zihuantenejo para Lazaro Cardenas, de LC para Caleta de Campos e finalmente de CC para Rio Nexpa,. Durante esta epopéia pudemos realmente ver de perto o que é o México como país, vivenciamos o dia deste povo que é solidário e alegre, tivemos uma imersão cultural que nos fez repensar os valores da vida e que é possível ser feliz no Brasil, sim...como é possível!!
Em alguns momentos na fronteira entre os estados nos deparamos com cenas muito distantes à nossa realidade, pelo menos distantes para nós do sul do Brasil, eram tropas de exército à postos atrás de muros de pedras, cena de filme..., confesso que fiquei tensa, mas eu sabia que não ia ser difícil ver este tipo de cena, já que o México mantém assim a segurança de sua população.
Já na rodovia que vinha costeando o litoral...cenas rupestres, infinitas mangueiras e coqueiros, de fundo o mar do Pacífico com baías recortadas entre rocheiros e areia acinzentada.
Rio Nexpa!! Chegamos!
Dormi bastante, depois de um peixe na manteiga, a bordo de um bangalô de madeira, cobertura de palha, estilo choupana, elevado do chão (areia da praia) através de pilares de madeira, de frente para o mar, o Mane já foi estrear sua prancha nova...vou deixar para amanhã eu estrear a outra prancha nova...vou dormir mais um pouquinho...

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Comentários

Hoje estamos em Rio Nexpa, ondas excelentes pela manha, atualizaremos o blog a noite.
Consertei o mecanismo para que possam mandar comentários via nosso Blog, tentando centralizar nosso recebimento de mensagens.
Fiquem a vontade.
Abraco
Manuel

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Primeiro Dia na Cidade do México

Cidade do Mexico...chegamos em uma das maiores cidades do mundo!!!
Recebi um pente fino na aduana, tive que abrir a mala, mais a tensão durou pouco, foi só pra deixar a chegada mais adrenalizada!!
Pegamos um táxi e tocamos para o Hostel Amigo, famoso pelas festinhas movidas a tequila...no começo fiquei meio desconfiada, pois passamos pela parte velha da cidade, e em como toda cidade grande, a parte velha assusta um pouco.
No hostel, pessoas do mundo todo, viajantes....e todos queriam saber do Basil...
No outro dia, logo cedo compramos nossa máquina fotográfica, e saímos andando pelo centro histórico...fotos e mais fotos, um visual mais bonito que o outro, surpreendente!!!!
Que delícia viajar!!!!
Fomos no Templo Mayor, local onde a cidade se originou, a cidade dos astecas depois tomada pelos espanhóis. Andamos entre as ruínas, um cenário de deixar o queixo caído, instigado por um fundo musical de tambores. Simplesmente lindo!!!

by Rafaela Brogni

domingo, 5 de abril de 2009

Chegamos ao México

Ontem, enquanto estava atualizando o Blog no aeroporto de Santiago e quase perdemos o vôo, os dois meio abduzidos pela net.
No vôo entre São Paulo e Santiago, quando estávamos para chegar na Cordilheira dos Andes, que eu já havia cruzado 4 vezes de ônibus e sempre desejei sobrevoar para ter a real noção da sua grandiosidade. No ano passado não consegui, pois quando voltávamos do Chile ela estava encoberta.
Sei que eu não queria perder esta oportunidade e ia com a cabeça colada na janela torcendo para as nuves que eu via a frente se dissipassem.... e aí, do nada....zuuummmm.... um avião passa na contra-mão a pouca distancia do nosso avião... muito louco... na hora lembrei daquele acidente do Legacy, mas foi mais meu susto que qualquer outra coisa.... já havia visto outros aviões voando próximos, chegando em Madri cheguei a contar 3, mas nunca um na contra-mão.
Quando chegamos na Cordilheira, ela estava parcialmente encoberta, mas ainda assim imponente.
Conseguimos avistar o Aconcágua que se destacava sobre uma grossa camada de nuves,além de muitas outras montanhas altas, com seus cumes encobertos pela neve.
Realizei um sonho que me acompanhava desde 1997, ver a Cordilheira dos Andes de cima!
Chegamos à Cidade do México às 20:00hs, naturalmente bem cansados depois da nossa jornada dos últimos dias, negociei um táxi, com os motoristas sempre chorando por causa des pranchas, e acabamos fechando uma Van, com um motorista muito gente fina, que já deu as manhas de lugares alternativos para comprar, etc, elém de se declarar torcedor fiel da Seleção Brasileira, que nos levou até o Centro Histórico da Cidade do México para o Hostel Amigo, que eu já havia pesquisado pela Internet http://www.hostelworld.com/
A Rafinha estava bem desconfiada, assim como qualquer mulher que chegasse no centro de qualquer cidade grande a noite.
Negociamos duas noites no hostel, saiu 56 dólares no total, com café da manha e janta incluídos.
Aí foi só relaxar....
Descemos para o bar do Hostel e caímos na cerveja e Tequila, conhecendo pessoas do Canadá, EUA, Itália, Israel, nativos, passantes e frequentadores do local.
A Rafinha acabou gostando bastante do local até ensaiou um vira de Tequila, com o Barman virando a garrafa de cima do balcão, fantasiado de lutador de luta livre mexicana, lembra daquela luta arranjada com os lutadores fantasiados?
O que mais me chamou atenção neste Hostel é a quantidade de mulheres viajando em bando, do mundo todo. A Rafa já fez amizade com várias, turma gente fina e acessível, fazendo com que ela trabalhe seu inglês e o Espanhol. Para você ter uma idéia, hoje de manhâ, no café, contei 14 mulheres e só eu e mais um Alemão na mesa.
Espero que um dia as brasileiras também tenham esta liberdade de juntar as amigas e ir conhecer o mundo, assim como fez a Carol ,minha irmã, que acabou de chegar dos EUA... é isso aí morena...representa!!!
Hoje aproveitamos a domingueira que faz com que os museus funcionem com as portas abertas para a comunidade, de grátis, e visitamos o Museu de Arquitetura, o Museu de Belas Artes, a Catedral Metropolitana e o Templo Mayor.
Maravilha!!! Realmente a história da Cidade do México é fascinante.
Prédios coloniais imponentes, muito granito, mármore, esculturas, muito bacana mesmo... deu até orgulho ver tanta coisa linda na América Latina, saber que não é só na Europa que tem coisas assim.
Mas o que realmente marcou foi o Templo Mayor, ruína do maior templo asteca, do centro administrativo e religioso deste povo que já comandou toda a América Central... MARAVILHOSO!!!
Quem puder, vem conhecer que merece a visita mesmo.... anexo às ruínas o governo mexicano fez um museu com arquitetura imponente, e muito bem concebido... uma experiência realmente marcante poder conhecer a história deste povo, subjulgado pela força e inteligência do Espanhol Cortês, navegador e conquistador, que ao chegar foi recebido como Deus pelos Astecas, pois seu rei, Montezuma II teve 4 visões que diziam que o verdadeiro Deus estava por chegar... Cortês chegou, dominou e deu à Espanha a posse destas terras... alguns séculos depois, a Igreja Católica mandou derrubar o que sobrara e construiu em cima do centro religioso asteca, a atual Catedral do México, que hoje estava bombando, pois era Domingo de Ramos, e os mexicanos são extremamente religiosos.
O mais louco foi estar dentro da nave central desta gigante (literalmente) igreja, recoberta do ouro dos Astecas, ver os devotos, o padre rezando em um espanhol latinizado, e poder ouvir os tambores dos índios dançando e fazendo oferendas a Tlaloc, o Deus da Chuva e das Tormentas, fora da igreja.
Sim, aqui o religioso e o pagão convivem em harmonia, lado a lado, sem problemas...
Bom exemplo... tinham que mandar uns israelenses e uns palestinos para fezer um estágio aqui.
Agora estamos de volta ao Hostel, nos preparando para outra noite de confronto com o Psico Barman Clonado na Luta Livre e sua indomável garrafa de tequila.
Amanhã... voltamos ao ônibus, a caminho do litoral...
Abração
Manezera
obs: não edito, não releio, nem conheço a nova gramática da Lingua Portuguesa, então, perfeccionistas.... perdoem-me!!!
Fotos vão chegar.... um dia....
ou no Orkut!!!

sábado, 4 de abril de 2009

Pior que Naufragar é não Partir

Finalmente tinha chego a hora....
Depois de quase 40 dias de preparativos, que incluíram alugar o apartamento, resolver os detalhes pendentes em bancos, na Escola de Surf, encomendar as pranchas, recisão do contrato de trabalho da Rafinha, Visto para o México, compra das passagens, etc... finalmente chegou o dia esperado.... o dia de INICIAR realmente nossa viagem.
Saímos onem dia 03/04 de Floripa, às 17:45, com destino a Curitiba...
A viagem foi tranquila, após uma despedida dos familiares bem emocionada, levamos 4 horas para chegar a Curitba. No caminho nos despedimos de Floripa, de Balneário Camboriú e dos nossos aigos que ficaram por lá, depois uma última olhada no Oceano Atântico em Barra Velha, e fomos seguindo viagem entre cochilos e conversas.
Ao chegarmos em Curitiba, encontramos a Lú, nossa amada cunhada nos esperando para uma recepção na casa de sua famíla..... não poderia estar melhor.... iniciar uma viagem com calma, sem atropelos, com as idéias e projetos bem definidos, e ainda ser recebido por uma família maravilhosa, e ainda ver meu irmão, Bozó, pilotando a Churrasqueira, com costelinha suína, ovelha e um bife argentino que ele ainda vai me dar o enedreço do fornecedor.
Realmente PERFEITO..... não preciso nem comentar sobre as duas garrafas de um Cabernet Mendozino de primeira qualidade que ajudou ainda mais a alegrar o encontro.
Masssss.........
Era apenas a primeira perna da viagem.... ainda faltava chegar em São Paulo....
Nos despedimos recheados de alegria, carne e vinho e voltamos para a rodoviária.
Pegamos o ônibus saindo às 22:30, e, não sei bem o que aconteceu com a Rafinha, mas eu apaguei...
Dormi e sonhei muito, não lembro com o que, mas deu para notar que a cabeça estava a milhão.... era o começo.... o que ainda nos espera???
Chegamos em São Paulo às 4:30 da madruga, definimos o valor do táxi e disparamos para Guarulhos... por enquanto teríamos um descanso dos ônibus.....
No aeroporto, acabamos ficando no terminal mais Surf do Brasil, em duas horas encontrei um carioca que ia para o norte do Perú, dois de Floripa que seguiam para El Salvador, mais uns 5 que não fiz contato, muita prancha, mas no fundo eu fiquei feliz em saber que ninguém ali iria para o mesmo destino que nós.... como a maioria já sabe, ser brasileiro sempre abre portas no mundo, ser surfista brasileiro nem sempre.
Tmoamos um café de aeroporto.... meia boca e bem caro, depois check in, que foi uma alegria pois não tive que pagar a taxa de transporte das pranchas, normalmente entre 50 dólares por prancha, como estou levando duas (6´4´´ e 6´8´´), rolou uma boa econoia.
O vôo foi maravilhoso, deu para dar uma última olhada no Atlântico, ao longe, depois de baixada de Santos, e dar um até breve para este que é o nosso Oceano. O reencontro vai levar um tempinho...
O serviço foi de primeira, como é de esperar da LAN Chile, deu para reconhecer o interior do Paraná e sua terra avermelhada recoberta de plantações, a area preservada do Parque Nacional do Iguaçú, e dois momentos muito especiais para mim.
Conto depois que estao nos chamando
Abraço
Manezera

A PARTIDA

Partimos hoje, dia 03 de abril, com destino final...México, mas antes uma paradinha em Curitiba...claro não podíamos deixar de nos despedir de nossos familiares e amigos que nos receberam com aquele suuuuurrasco...aquele de que tanto iremos sentir falta...já sabemos, na viagem de 2008 foi assim.
Na rodoviária Hercílio Luz, em Floripa....fortes emoções, despedidas ente risos e lágrimas.
Ao nossos pais, obrigada por todo apoio, amamos vocês!!!

De Floripa à São Paulo de ônibus, tudo no seu tempo...perfeito como sempre.
Agora...rumo ao nosso destino... escala no Chile, rever as Cordilheiras é e sempre será um prazer!!!!

Hasta luego muchachos!!!